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Este artigo busca fazer um breve registro focando o processo organizativo das mulheres negras em diálogo com: a inclusão de gênero e raça nas políticas públicas; a realização das conferências internacionais - em especial a Conferência Mundial sobre as Mulheres e a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância; o pós-Durban, a ação e o monitoramento; e os 120 anos após a abolição da escravidão. Ao final, são formulados alguns desafios a considerar na luta pela igualdade e justiça social.
Palavras-chave: mulheres negras; movimento feminista; Movimento Negro; organização de mulheres negras
Explicação:
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Resumo
O racismo enquanto categoria estruturante da sociedade marca a experiência das mulheres negras no trabalho, no seu espaço de moradia e no cuidado em saúde. Este artigo, é parte da pesquisa “Direitos sexuais e reprodutivos na perspectiva da mulher negra e moradora de Manguinhos” e objetiva caracterizar os aspectos da vida dessas mulheres a partir da sua percepção de si e do racismo no seu território e na saúde. Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou entrevista individual semi-estruturada e grupo focal como coleta de dados e análise temática dos mesmos. Como resultado tivemos a percepção do racismo na estrutura social da vida da mulher negra e moradora de favela, que reafirma a construção do lugar da negra na sociedade na intersecção de raça, gênero e classe. Sendo assim, entende-se que há invisibilidade dessa população no que tange as pesquisas e práticas em saúde e ausência do protagonismo negro nesses processos, o que torna fundamental a mudança epistemológica na saúde.