• Matéria: Inglês
  • Autor: jhenylolinha
  • Perguntado 5 anos atrás

Tradução do texto the raven

Respostas

respondido por: emanuellylarissa35
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Na meia noite febril, clima funesto e sombrio

Lendo antigos alfarrábios de seita paranormal

Na madorna quase ao sono, um som que mal dimensiono

Como fosse algum gnomo no meu portal, toque! Toque!

O ruído me dá choque, quem seria e… toque! Toque!

— Algo do bem ou do mal?

Ah!Até hoje bem me lembro. Um pleno agosto em dezembro

Em que o abajur avoengo jorra sombra sepulcral

Me injeta pavor na veia, no que minh’alma incendeia

Pensei: Veio para a ceia o fantasma de Lenora!

Quanta hesitação agora! O além devolveu Lenora.

Será por bem ou por mal?

A cortina em fluidez, em macabra gravidez

A me pregar uma peça com seu truque fantasmal

Um susto paralisante, feito um inferno circundante

Mas eu buscava um calmante um lenitivo qualquer:

Um amigo (homem ou mulher) a pedir coisa qualquer

É só isso, nada mal!

E finalmente me ergui, ressabiado qual sagüi.

“Me perdoe aí quem seja, não fiz esperar por mal

É que eu estava entretido, em leitura de tempo ido

O som só me foi sentido, quando reparei a porta

No marasmo da hora morta.” E quando entreabri a porta

Escuridão infernal!

Espreitei a noite escura, não vi nada, que loucura!

Aquela noite aziaga sob o torpor hibernal

Horrorizado em pavor, ante o miasma e o negror

O nome do findo amor então sussurrei: Lenora!

E uma voz assustadora soou em eco: Lenora!

Depois, silêncio total!

Com a alma febricitante, quis transpor aquele instante.

Logo o ruído recomeça, quase arrombando o vitral

Eu penso: ah! não é nada, só o vento em debandada.

Por que a alma apavorada? É vento de mau agouro

Que quer me aplicar desdouro. Só vento de mau agouro

Que não me faz nenhum mal.

Abro a janela e em revoada, vem entrando a alma-penada:

Um litúrgico urubu, vindo de era imemorial

Qual lorde passa pimpão, verdadeiro assombração

Sobre o busto pousa então, uma escultura de Cristo

Com seu humor de Mefisto, sobre a escultura de Cristo

Se empoleirou, não faz mal!

Miro a ave de escuro manto, malcheirosa, sem encanto,

Bicho tosco avariado, até rio do animal

Sacrificado urubu, mal emplumado, mal nu,

Entre altivo e jururu. Um embaixador do inferno

Promotor do azar eterno, sócio emérito do inferno.

Crocita o urubu: foi mal.

Encabulei com a fala, duma ave daquela iguala

Um urubu infeliz, me retorquindo triunfal

Pois nunca vi criatura, tão metida na postura

E com sua caradura contrapondo o que eu dizia

Postulando primazia no argumento que eu dizia

Com arremate: está mal.

Outra coisa não falava, na escultura ali assentada

Sem dispor de outro roteiro a mascote funeral

Tão parada quanto um cacho, sem mover um só penacho.

Já cansado de esculacho, digo: por favor, vá embora.

Já é demais a demora, por amor, vá embora

Grasna o urubu: nem por mal!

Com aquele bicho anexo, fico ainda mais perplexo

É tão pouco o que ele diz e me faz débil mental

De um vocabulário mínimo, mas num tom um tanto cínico

Que parece sem equívoco, lhe ensinou antigo dono

Rebatê-lo não há como, com refrão do antigo dono:

Nunca, nunca foi tão mal!

E perante o bicho escroto ensaio um riso maroto.

Fiz girar minha poltrona, diante da ave no umbral

Qual será o secreto escopo, deste encontro assim tão oco

Que vai me deixando louco este urubu tão sinistro

Pressão maior não resisto, e então o urubu sinistro

Grasna de novo: está mal.

Com seu olhar fulgurante a me queimar o semblante

Me refugio no assombro de pensamento abissal

No meio da madrugada, com minh’alma incinerada

E sem entender mais nada, sob a luz que não lilás

Momento eterno e fugaz, sob a luz que não lilás.

E o urubu me diz: vai mal!

O tempo ficou avesso, em suspenso pó de gesso

Como fosse tosco incenso, de algum atroz arsenal.

Urubu desventurado, mafioso depravado

Vê se vai pra outro lado, se não me trouxe Lenora.

Ela é o bem que quero agora, minha querida Lenora.

E diz o urubu: vai mal.

Oh, profeta, ser das trevas! Fruto de forças malevas

Portador de sortilégio e tormenta atemporal

Servo da corte maldita, volta pro mundo que habita

E não mais aqui crocita. Mas antes, diga a verdade

Onde está minha beldade? Imploro pela verdade.

E o urubu me diz: vai mal.

Oh, bifronte, ser horrendo, outra coisa não desvendo

Você é tudo de péssimo, nada que sirva a um mortal

Mas se tem um bem restante em seu coração pulsante

Que traz de mundo distante, me conte algo de Lenora

Meu bem-querer desde outrora, me conte algo de Lenora!

E o urubu me diz: vai mal.

E nesta hora lhe despeço, ser monstruoso e funesto

Pegue a sua tempestade, sua corrente em espiral

Nem deixe aqui sua pluma, não fique mesmo nenhuma

Bicho de asco e verruma, alce voo inferno afora

Suma daqui sem demora, alce voo inferno afora

O impassível diz: vai mal!

Sem se mexer, tenebroso, um amuado revoltoso

Empoleirado no cristo, inerte estátua de sal

Bago de fogo em cada olho, anjo de horrendo refolho

Lá dos infernos o estolho, sob a luz sua sombra estira

Sobre minh’alma que expira, sob a luz sua sombra estira.

Por fim suspira: vai mal!


jhenylolinha: muito obrigada
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