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As angiospermas são as plantas que apresentam o maior sucesso evolutivo nos dias atuais -- se compararmos o número de espécie de angiospermas e gimnospermas, poderemos notar que o primeiro grupo de plantas conta com cerca de 235 mil espécies viventes contra 720 espécies do segundo grupo. Isso significa que as angiospermas sofreram inúmeras mutações gênicas para poderem se adaptar aos mais variados tipos de ambiente.
Contudo, para melhor compreender esse grupo de plantas, é preciso voltar no tempo e analisar como viviam suas ancestrais. Por volta de 360 milhões de anos atrás, no final do Período Devoniano e início do Carbonífero, o movimento das placas tectônicas promoveu sérias mudanças no clima da Terra: o clima quente e úmido, tornou-se muito frio e seco. Além disso, o nível do mar sofreu redução entre 100 e 200 metros. Nesse contexto, as plantas ancestrais das gimnospermas e angiospermas, as progimnospermas iniciaram sua jornada evolutiva.
A ancestralidade das progimnospermas com as fanerógamas atuais se comprova pela presença de uma estrutura chamada câmbio vascular bifacial – em outras palavras, um tecido que produz xilema e floema secundário. Esse é um detalhe interessante, porque o câmbio vascular bifacial só existe nas plantas produtoras de sementes, ou seja, gimnospermas e angiospermas.Semente nua
Por meio das gimnospermas, pela primeira vez na história evolutiva das plantas, aparecem a semente e a flor. As flores desses vegetais são chamadas de estróbilos ou pinhas e são polinizadas pelo vento. Por serem mais primitivas que as angiospermas, as flores das gimnospermas não liberam a ferramenta necessária para atrair polinizadores -- o perfume. A palavra "gimnosperma" significa "semente nua" e essa denominação se deve ao fato dos óvulos e sementes ficarem expostos sobre as superfícies dos esporófilos, ou seja, sem a proteção do fruto, como ocorre com as angiospermas. Esse grupo de vegetais foi o primeiro a conquistar, de forma definitiva, o ambiente terrestre pois a fecundação não depende mais da água para acontecer e, ainda, o embrião fica protegido contra a desidratação em uma "capa" que também contém nutrientes para o seu desenvolvimento -- tudo isso é a semente. Por isso, as gimnospermas são consideradas os "répteis" do Reino Plantae. Muitas vezes, os nomes das estruturas das plantas assusta, num primeiro momento, mas não é complicado se os termos técnicos forem "traduzidos" para a linguagem do cotidiano: por exemplo, as gimnospermas e angiospermas são espermatófias ou seja, produtoras de sementes. Também, quando se fala sobre plantas vasculares, significa que elas possuem raiz, caule e folhas.
Grupos de Gimnospermas As gimnospermas se dividem em quatro grupos: Cycadophyta (cicadáceas), Ginkgophyta (ginkgos), Coniferophyta (coníferas) e Gnetophyta (gnetófitas).
As coníferas são o grupo mais numeroso e de maior distribuição geográfica, dentre as gimnospermas: são cerca de 50 gêneros e 550 espécies. Nesse grupo, está a árvore mais alta do mundo, a sequóia (Sequoia sempervirens), que pode atingir mais de 117 metros de altura e seu tronco chega aos 11 metros de diâmetro
Os pinheiros são as gimnospermas mais comuns, com mais ou menos 90 espécies e, assim como as outras coníferas, suas folhas são adaptadas a ambientes áridos. Mas as peculiaridades das "arvores de natal" não para por aí: muitas espécies produzem sementes aladas, para que o vento as carregue por grandes distâncias e, algumas espécies como o Pinus contorta, desenvolveram estróbilos que só liberam as sementes quando expostos a altas temperaturas -- após um incêndio em um bosque desses pinheiros, as árvores ficam queimadas, mas seus estróbilos se abrem, liberam as sementes e a espécie se restabelece (isso em condições naturais, sem a interferência humana).
Ciclo de vida das Gimnospermas
O ciclo de vida de todos os vegetais é chamado haplodiplobionte, pois apresenta uma fase haplóide (n) e uma fase diplóide (2n). O ciclo de vida do Pinheiro do Paraná, também conhecido por araucária, é exemplo clássico do ciclo de vida das gimnospermas e, acontece da seguinte maneira: As células-mãe dos grãos de pólen (microsporócito) dividem-se por meiose e, cada estrutura dessa produz quatro micrósporos haplóides (n). Os micrósporos transformam-se em grãos de pólen que, são liberados e carregados pelo vento. Então, quando o gameta masculino atinge o óvulo, inicia-se a germinação e a formação do tubo polínico.
Mais ou menos depois de 30 dias, o megasporócito sofre mitose e nasce uma estrutura chamada megagametófito, que, por sua vez, origina os arquegônios. Após 15 meses, o tubo polínico atinge a oosfera e ocorre a fecundação -- forma-se, então, o zigoto que vai se transformar em embrião. Quando a semente está madura, o embrião já possui estruturas precursoras da raíz, caule e folhas.