ELES SÃO CONTRA OU SÃO A FAVOR DA COTAS RACIAS, JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA COM ARGUMENTOS UTILIZADOS NO TEXTO.
TEMA EM DISCUSSÃO:
COTAS RACIAIS
NOSSA OPINIÃO
Maniqueísmo
A polêmica das cotas, na qual está em jogo o projeto de país que se quer – se aberto ou regido por normas capazes de
dividir perigosamente a sociedade -, chegou ao Supremo Tribunal Federal, o fórum indicado para deliberar sobre um
conflito dessa magnitude.
(...)
É mais um equívoco dos que pretendem racializar o contrato de convívio social num país miscigenado, sem o passado
de choques entre brancos e negros existentes nos Estados Unidos, fonte de inspiração da política de cotas – por sinal,
lá derrubada exatamente na Suprema Corte. As cotas funcionam como um Cavalo de Tróia, para contrabandear uma
tensão racial inexistente no Brasil.
Quando se critica a proposta, um objetivo é impedir que haja um apartheid contra o branco pobre, um dos mais
prejudicados pela idéia. Conforme alerta o documento encaminhado ao STF por 113 intelectuais, artistas,
representantes de movimentos sociais e de sindicatos, as cotas, ao contrário do que se quer fazer crer, são elitistas,
pois beneficiarão apenas uma franja da classe média, média/baixa, mantendo a grande massa de pobres,
independentemente da cor, à margem do ensino. Para o governo, defensor das cotas, convém acenar com uma
solução pretensamente milagrosa que o exima de executar com a pressa e prioridade necessárias a ação afirmativa
mais indicada: melhorar o ensino público básico a toque de caixa e estimular programas específicos que permitam o
acesso dos pobres – não importa se brancos, negros, mulatos, amarelos – à universidade pelos seus próprios méritos.
E não por um artifício burocrático que de nada lhes valerá quando t iverem de disputar esp aço no mercado de tr
abalho.
OUTRA OPINIÃO
Solução temporária
Ricardo Vieira Alves – Reitor da Uerj
Há cerca de cinco anos introduziu-se no país a reserva de vagas nas universidades brasileiras. A Uerj foi a primeira a
instituir essa política, através da lei aprovada na Alerj. Já hoje muita discussão sobre este tema e, ainda bem, haverá
de ocorrer muito mais. O centro do debate está situado na decisão de criar uma reserva de vagas para a população
negra brasileira. Estamos incorporando soluções americanas para os brasileiros? Estabelecendo uma política de
racismo às avessas no país?
São questões relevantes, mas insuficientes para a análise criteriosa do debate. É um fato que a política de cotas
promove um ato de desigualda de com o objetivo de promover, e principalmente acelerar a igualdade. O Brasil teve
quase quatro séculos de escravidão e, desde a instituição da República, não fez o “dever de casa” republicano. Dever
de promover a igualdade e inserir a população negra descendente de escravos na condição de cidadãos.
As trágicas constatações feitas por pesquisadores do IPEA, associam o indicador de cor aos piores indicadores sociais
do Brasil em escolaridade, condições de moradia, consumo de bens e salários, demonstram que não houve uma
inserção definitiva dessa população nos valores e direitos da República. A política de cotas é um ato de força para
acelerar um processo que, se não for feito, pode nos legar uma série significativa de gerações perdidas.
Não desejo que seja uma política permanente. A manutenção de políticas de cotas denuncia que o processo de
inserção da população negra na sociedade brasileira não ocorreu. (...).
Tivemos coragem para instituir e é preciso que haja a mesma coragem para desfazer. Por isso é imperativo que Estado
e sociedade acompanhem o desenvolvimento o desenvolvimento dessa política. Para tal, a partir do segundo
semestre, a Uerj, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, fará uma avaliação
profunda do sistema, apresentando, com total transparência, os dados para todo o país.
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