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A lei determinando a abertura da via foi promulgada em janeiro de 1968, prevendo uma ligação de cinco quilômetros entre os bairros de Pinheiros e Brooklin, mesmo sem a Prefeitura saber a quantidade de edifícios que deveriam ser desapropriados.[1] Segundo a lei, a avenida começaria na Praça Roquete Pinto e seguiria até a atual Avenida dos Bandeirantes, seguindo pelas ruas Pedroso de Moraes, Coropés, Miguel Isasa e Martim Garcia, alcançando, a partir daí, a Rua Iguatemi após cruzar interiores de quarteirões.[1] A lei também previa cruzamentos em desníveis com as avenidas Eusébio Matoso, Rebouças e Cidade Jardim, com o Córrego do Sapateiro e com a Rua Doutor Eduardo de Souza Aranha.[1]
A avenida teve sua construção iniciada na segunda metade dos anos 1960, com o alargamento do trecho da rua Iguatemi compreendido entre o Largo da Batata, em Pinheiros, e o cruzamento com a Avenida Cidade Jardim, no Itaim Bibi (atual praça Luís Carlos Paraná), cruzando todo o bairro denominado Jardim Paulistano. As obras foram iniciadas na gestão do prefeito José Vicente Faria Lima e obrigaram a demolição de cem prédios.[2] Com a morte deste, em 1969, a nova artéria, que se chamaria Radial Oeste, recebeu o seu nome,[3] oficializado quando da inauguração do trecho duplicado da avenida, em 28 de abril de 1970 — a primeira pista já havia sido entregue ao tráfego no fim de 1969.[2]
José Eduardo, filho de Faria Lima, participou da cerimônia, descerrando uma placa de bronze.[4] Em seu discurso, o prefeito Paulo Maluf elogiou o homenageado: "Faria Lima não nasceu em São Paulo, mas deu sua vida em holocausto a esta capital. Esta homenagem, que ora prestamos ao saudoso administrador, era o mínimo que a Prefeitura Municipal poderia fazer pela sua memória. Ela deverá lembrar, às gerações futuras, a figura marcante que foi o Brigadeiro."[2]
Com o atraso da entrega e o aumento dos custos, as informações constantes de uma placa conjunta do Governo Abreu Sodré e da Prefeitura foram alteradas com tinta branca.[4] Maluf brincou com o atraso em seu discurso, dizendo que poderia ter sido escrito um livro sobre a obra, com o título "Odisseia da Construção de uma Avenida".[4] Poucos minutos após a nova via ser aberta, operários começaram a quebrar o asfalto na esquina com a Avenida Cidade Jardim, em busca das tampas de ferro das galerias subterrâneas, cobertas durante o asfaltamento, promovido às pressas.[4]
Além disso, em frente ao Shopping Center Iguatemi haviam sido fechados buracos cujas obras não estavam prontas, que teriam de ser abertos novamente.[4] "Em poucos dias, irão reabri-los, mas, então, a inauguração já terá passado", contou um morador da região ouvido por O Estado de S. Paulo.[4] O jornal, entretanto, destacou os aspectos positivos da avenida, considerada "muito boa", como a marcação das faixas em relevo, faixas de pedestres (embora nenhuma delas com semáforo) e iluminação feita por postes altos, com luz de mercúrio.[4] Os dois únicos semáforos da avenida inteira ficavam no início (à época, a Avenida Cidade Jardim) e no fim (à época, a Avenida Rebouças).[4]
Na inauguração, Maluf já falou sobre os planos de prolongamento: de um lado, até as proximidades do CEASA, correndo em paralelo à Avenida Pedroso de Morais; de outro, em diagonal rumo ao Córrego da Traição (atual Avenida dos Bandeirantes), que era previsto no projeto original.[4] Esse último prolongamento, entretanto, já estava descartado, porque o prefeito pretendia entregar em breve a pista da marginal esquerda do Rio Pinheiros.[4]
O projeto ainda previa um "canteiro-balão" entre a Rua Tucumã e a Avenida Cidade Jardim, em formato de "v", para a construção de um "parque-estacionamento" com capacidade para sessenta veículos e largura máxima de sete metros.[2] A largura da avenida variava de quarenta metros, na altura da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, a sessenta metros, no cruzamento com a Avenida Cidade Jardim.[2]
Já no início da década de 1970, teve início a construção de inúmeros edifícios comerciais que romperam com a antiga paisagem residencial arborizada do Jardim Paulistano, e que caracterizariam a avenida como uma espécie de "segunda Avenida Paulista", dada a semelhança entre seus skylines. Desde essa época, já existia a expectativa de ampliação da avenida no sentido sul: em 1972, essa ampliação avançou os primeiros quarteirões após a Avenida Cidade Jardim, entre as ruas Amauri e Jorge Coelho, mas a obra parou ali e, dois anos depois, os moradores da região já se preocupavam com uma eventual desapropriação que parecia nunca sair do papel.[5] Em 1974, o prolongamento era tratado como prioridade da Prefeitura, para ligar a avenida (e, consequentemente, os bairros da zona oeste) à Avenida Santo Amaro, por meio da Avenida Juscelino Kubitschek, cujas obras de construção estavam sendo finalizadas juntamente com a canalização do Córrego do Sapateiro, que passa por baixo dela.
espero ter ajudado :))