Pesquise um pouco sobre a vida de Zulmira Canavarros e nos apresente. Pesquise sobre quando ela
nasceu, o dia de sua morte e sua contribuição para o teatro de Mato Grosso.
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Da década de 1940, chegamos ao ano de 1951 preparativo para o primeiro Congresso Eucarístico em Cuiabá no seguinte, sob o arcebispado de dom Francisco de Aquino Corrêa. Na época, a Rádio A Voz d’Oeste, a pioneira, obra do poeta Jercy Jacob, saía dos acanhados estúdios para programas de calouros em auditório. Os cuiabanos caminhavam tranquilamente pelas ruas, portando chapéus e sombrinhas que coloriam a cidade, destacando-se as moças com saia godê projetada pela anágua. Suavemente, os ônibus abertos transitavam pelas estreitas vias públicas, calçadas de paralelepípedo - que deveria continuar existindo no centro urbano. O Cineteatro Cuiabá exibia sessão à noite e matinê aos domingos, às 13h. Ninguém possuía climatização, o aparelho de ar condicionado. A vegetação, os córregos e os rios estavam intactos, os telhadões coloniais protegiam as paredes de adobe ou taipa socada. A vida sintonizava-se com o clima.
Neste universo, as apresentações artísticas, teatro ou música, passavam pelo crivo da professora Zulmira Canavarros: demorados ensaios aconteciam na casa dela, ao lado de Danglars Canavarros - matriz da vida artística cuiabana.
Estava Zulmira no magistério da música, ora ao piano, ora no palco, na igreja ao órgão, na comunicação da rádio, no esporte, na vida social dos clubes Feminino e Mixto Esporte Clube. Incansável, sua mente fervilhava - criava constantemente.
Na nostalgia da cidade isolada, o seu espírito fixou-se nas composições teatrais, com inspiração acentuada na zona rural, inserindo cantos folclóricos, num entremeio de sabor ameríndio e lundu, com apresentação de danças e canções brejeiras ou maliciosas. Surgiam os modinheiros, atores do teatro musicado.
Da zona urbana a inspiração era satírica: os políticos, os aduladores, os lambe-olhos, os gestores públicos. As alicantinas ou patifarias eram dissecadas no teatro-revista. As críticas,se feriam, mais construíam. Composições musicais suas logo eram assimiladas pelos conjuntos ou bandas. Carismática, sempre era requisitada nos salões dos saraus ou das sessões lítero-musicais da Academia Mato-Grossense de Letras - da qual não foi associada. Ela, teatróloga e musicista, que se completava com as próprias letras, tinha os méritos sublimados no tempo do nada; somente promessa: estrada de ferro, energia elétrica deficiente, escassa água tratada encanada, nenhuma editora, nenhum curso superior no Estado. Livro ou revista com dispêndio da cota pessoal ou às custas da boa vontade de algum político. E comunicação a mais precária com a própria nação brasileira. Ela acreditava, desafiava e preenchia a solidão cultural do Centro-Oeste em nossas bandas.
No próximo 2015, teremos os 120 anos do seu nascimento, em 1895 - 14 de novembro. Celebrar é fixar raízes, fortalecer costumes, educar, sacramentar cultura, principalmente nestes tempos extremamente materializados de escândalos, insolentes e incivilizados, banais e corruptos, bisonhos e fúteis. O culto do espírito está corrompido, não imaginando o puritanismo, então esmagado pela patrulha rotuladora de ‘gente reacionária’, diante da mínima reação.
A crença está na sobrevivência da cuiabania, na doce expressão do poeta Silva Freire. Existe e evolui na alma dos autóctones e dos generosos adotivos da cidade verde, que não deve perder o seu epíteto. Se o concreto de cimento e ferro apossou-se, temos riquíssimo cerrado verdejante para expandir a cidade ecologicamente. Aliás, prefeito e vereadores devem barrar já o avanço desmedido dos espigões sufocantes no perímetro urbano sem infraestrutura. Que se construa o novo distrito aprazível distante. Não há digressão: memória zulmiriana confunde-se com os interesses de Cuiabá. Despojado de vaidade de quem escreve, suscitam-se ideias, que são ouvidas no seio do povo. Que a celebração contenha na programação o lançamento da pedra fundamental do nosso Teatro Munici
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