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A China atual é um país continental, ou seja, seu território é muito grande. A presença de grupos humanos no território que hoje é a China é bastante remota. Só para se ter uma ideia, foi lá que foram achados os vestígios fósseis do chamado Homem de Pequim, cujo nome científico é Homo erectus pekinensis, um dos mais antigos hominídeos (a família a qual pertence a nossa espécie). Esse nosso provável antepassado viveu há mais de 400 mil anos, andava ereto e é possível que já soubesse utilizar o fogo.
Na parte leste do território que veio a se tornar a nação chinesa, é onde se encontra a chamada Grande Planície de China. Dois rios que nascem nas montanhas, correm por ela: o Huang-Ho (também chamado de rio Amarelo) e o Yang-Tsé-Kiang. Semelhante ao que ocorreu no Egito em relação ao rio Nilo, o rio Huang-Ho favoreceu o desenvolvimento da agricultura e o surgimento de cidades na região.
Esse rio se torna muito raso e arenoso durante as secas. Após as chuvas, ele se enche e cobre as planícies por dezenas e mesmo centenas de quilômetros. Quando isso acontecia, os camponeses aproveitavam para irrigar as terras. Além disso, uma espécie de poeira fina e amarela, trazida de longe pelo vento, ajudava a fertilizar as terras.
Às margens do rio Amarelo
Durante muito tempo, acreditou-se que as margens do rio Huang-Ho foram o berço de toda a civilização chinesa. Escavações arqueológicas mais recentes levaram os historiadores a concluírem que as margens do rio Huang-Ho foram apenas um dos centros de difusão de uma das várias culturas que originou a civilização chinesa.
Em 1986, foram encontrados no sudoeste da China, na vila de Sanxingdui, objetos de bronze da mesma época da Dinastia Shang (aproximadamente 1500-1050 a.C.), mas com um estilo muito diferente do de objetos da mesma época encontrados no leste do país. Esses e outros achados são exemplos de que o processo de povoamento e o desenvolvimento cultural da China antiga foram muito mais complexos do que se imaginava.
A ênfase exagerada no estudo das populações que viviam próximas ao rio Huang-Ho, fez com que os arqueólogos não dessem a a devida atenção ao estudo das populações que viviam em outras regiões da China. Atualmente, esse erro está sendo corrigido. Exemplo disso é a atenção que vem sendo dada ao estudo da culturas que se desenvolveram no vale do rio Yang-Tsé-Kiang, que também era muito fértil.
No passado, esse vale era coberto por densas florestas. O vale do Yang-Tsé-Kiang era um dos vários importantes centros culturais da China Antiga. Alguns historiadores chineses chegam até a afirmar que a cultura surgida no vale do Yang-Tsé-Kiang chegava a ser tecnicamente superior à surgida nas margens do rio Huang-Ho.
Dificuldades geográficas
Na China Antiga, os grupos que viviam na parte oeste tiveram um desenvolvimento bem diferente daquele dos grupos que viviam próximos das margens do rios Huang-Ho e Yang-Tsé-Kiang. Em parte, isso pode ser explicado pelo fato de que os grupos que viviam no oeste encontraram condições geográficas mais adversas e tiveram que encontrar outras soluções para sobreviverem.
Quanto mais ao oeste da China nos dirigimos, menos chuvas ocorrem. Por isso, secas severas são comuns no oeste do país, que é uma região montanhosa, coberta por estepes e desertos. Isso dificultava as viagens e travessias, tornando-as mais árduas e perigosas.
Enquanto as condições geográficas no leste favoreceram o surgimento de grupos sedentários que se dedicavam ao cultivo do arroz e de outros cereais, as condições geográficas no oeste favoreceram o surgimento de grupos nômades.
As primeiras dinastias
Diferentes linhagens de reis e imperadores governaram a China. Costuma-se dividir a história da China Antiga nos períodos em que cada uma dessas linhagens ou dinastias governou o país. Por sua vez, podemos dividir esses períodos em duas épocas: Época da três dinastias régias e Época Imperial, que durou de 221 a.C. ao ano 1911 da nossa Era.
Por razões de espaço e para não fugir do tema China antiga, trataremos a seguir apenas das cinco primeiras dinastias.