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Após onze anos de políticas neoliberais a problemática social, que já era grave, aprofundou-se de maneira dramática no México. A situação social é tão séria que, no contexto de uma crise política prolongada ameaça arrastar o país inteiro a um conflito cujo alcance e resultados são imprevisíveis. A insurreição índio-camponesa, encabeçada pelo Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN) e iniciada no primeiro dia de 1994 no estado sulista de Chiapas, é a expressão extrema das tensões e contradições criadas pelo projeto da fração governante do Partido Revolucionário Institucional (PRI); projeto que, por um lado, exclui dezenas de milhões e os condena a uma marginalidade cada vez mais insolúvel e, pelo outro, fechou, mediante a reiterada fraude eleitoral e a repressão aos combatentes sociais e políticos, os espaços institucionais de expressão e negociação de interesses.
Contrasta com essa realidade o discurso oficial, que tenta ocultar o fundamento neoliberal de suas políticas e que celebra os êxitos do seu projeto, o chamado "liberalismo social". Para consegui-lo o governo mobilizou uma insuspeitada capacidade de produzir dados que "comprovam" os avanços sociais desde páginas inteiras de jornais com estatísticas sobre o gasto social até estudos sobre o decréscimo da pobreza extrema - e somente admite a existência de problemas sociais antigos. Nessa visão distorcida da realidade a questão social está em vias de solução e, se ainda há problemas, não é pelas políticas atuais mas por remanescentes e erros de outros tempos e outros governantes.
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