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Resposta:
A dissertação analisa o discurso sobre a fase áurea da arquitetura moderna
brasileira. O objetivo é verificar, destacar e analisar parte da constituição dos
saberes desse período. O universo filosófico de Michel Foucault é o marco
teórico recorrente, tendo sido dado ênfase ao seu método arqueológico, que,
ao contrário da hermenêutica tradicional, não busca o “oculto” do discurso.
Uma genealogia provisória da arquitetura moderna brasileira é apresentada,
constituída por múltiplos acontecimentos. A contribuição foucaultiana liga-se ao
chamado pensamento da diferença. Este compreende o ser como categoria
frágil, numa oposição à tradição metafísica que o tem como unificação. Com
base em Nietzsche e Heidegger, o pensar a diferença subtrai essa suposta
unidade, libertando o ser em sua multiplicidade, temporalidade, ausência e
aparência. Em Foucault emerge um tipo de finitude fundada nos elementos que
não têm o ser como autor, o que condiciona as novas relações entre o sujeito,
o enunciado e a história. O seu pensamento atribui aos enunciados apoiados
numa mesma formação discursiva o conceito de discurso e ao agenciamento
entre enunciados e visibilidades o sentido do saber. A dissertação caracterizou
a formação discursiva da fase áurea da arquitetura moderna brasileira em seus
objetos, modalidades de enunciação, conceitos e estratégias. Foram
destacadas três descontinuidades entre a década de 1920 e os dias atuais.
Inicialmente, o sujeito encontrou-se desprovido da experiência com o objeto e
imerso na idealização de uma cultura material para a arquitetura brasileira.
Com as primeiras construções modernas, surgiram a especificidade de cada
obra, a sua descoberta pelo “outro” estrangeiro e a relação entre a arquitetura e
o Estado Brasileiro. Afirmada a hegemonia da nova arquitetura, ela própria se
tornou alteridade. Com o esgotamento do paradigma moderno brasileiro no
pós-Brasília, seguiu-se a última descontinuidade, marcada pelo discurso de
rememoração. O descentramento do sujeito nos fragmentos textuais
selecionados vincula-se a categorias como temporalidade, diferenciação,
descoberta, reconhecimento, alteridade, esgotamento e rememoração. A
arquitetura e seu discurso demandam investigações específicas, o que torna
necessário, na conclusão do trabalho, que se prossiga na direção de uma