Desanimada, eu abria a porta. Ofélia entrava. [...] Ofélia, ela dava-me conselhos. [...] Dizia "na minha opinião" em tom ressentido, como se eu lhe devesse ter pedido conselhos e, já que eu não pedia, ela dava. Com seus oito anos altivos e bem vividos, dizia que na sua opinião eu não criava bem os meninos; pois meninos quando se dá a mão querem subir na cabeça. Banana não se mistura com leite. [...] Não era mais hora de estar de robe; sua mãe mudava de roupa logo que saía da cama, mas cada um termina levando a vida que quer. Se eu explicava que era porque ainda não tomara banho, Ofélia ficava quieta, olhando-me atenta. Com alguma suavidade, então, com alguma paciência, acrescentava que não era hora de ainda não ter tomado banho. Nunca era minha a última palavra.
LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. In: ______. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Há um procedimento de construção no texto literário anterior chamado
a) discurso direto, pelo fato de a narradora interferir ativamente nas falas.
b) discurso indireto, ao apresentar fala de personagens marcada por aspas.
c) narração em primeira pessoa do plural, ao apresentar duas personagens.
d) discurso indireto livre, ao apresentar narração mesclada à fala de personagem.
e) narração em terceira pessoa, ao apresentar as personagens de forma impessoal.
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Letra A)
Eu acho que é
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