• Matéria: Artes
  • Autor: SorveteDeMorango123
  • Perguntado 5 anos atrás

Atividade:

1) Releia atentamente o texto e responda às perguntas abaixo:

a) Segundo o texto, o que é cultura?

d) Quais são os bens da cultura imaterial?

b) O que é cultura material?

c) Por que as manifestações criativas de uma torcida de futebol são consideradas bens da cultura imaterial?

(TEXTO NAS FOTOS)
**a ordem das letrar estão assim mesmo na atividade**

Anexos:

SorveteDeMorango123: Ignorem essa vou fazer outra

Respostas

respondido por: albericoneto302040
3

Resposta:

Resumo:

O objetivo deste trabalho é discutir o futebol como patrimônio cultural, para que se possa definir o que (e como) deve ser objeto de proteção no amplo universo de práticas e lugares que está relacionado ao esporte. O debate torna-se ainda mais importante porque os estádios passaram por relevantes mudanças para que se adaptassem aos padrões determinados a locais que sediam jogos de Copa do Mundo, o que também interfere nas práticas de torcedores. Para exemplificar a situação, recorre-se ao debate observado na imprensa em torno das mudanças realizadas no Maracanã, um dos símbolos do Brasil e do Rio de Janeiro, em particular. Esta análise reflete a urgência do debate proposto num cenário de mudanças.

Palavras-chave:

Futebol, Patrimônio Cultural, Maracanã.

ExplicaçãoINTRODUÇÃO

“Quem sabe um dia a gente não transforme o futebol em patrimônio cultural deste país, porque o futebol é cultura, sobretudo se assistir aos filmes Mané Garrincha ou Pelé Eterno”. As palavras do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007, durante evento no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)[1], ressaltam a importância do esporte para a identidade do povo brasileiro.

Entretanto, sete anos depois, a promessa de Lula não se transformou em realidade. O que se concretizou em 2014 foi a realização da Copa do Mundo no Brasil, exigindo a reforma de alguns estádios, a construção de outros e, de modo geral, a mudança na experiência de assistir ao futebol, devido às exigências para os locais de competição feitas pela Fifa (cuja sigla significa Fédération Internationale de Football Association). É o chamado “padrão Fifa”, que exige, por exemplo, a instalação de assentos individuais – não pode haver espaço para torcedores em pé, sem cadeiras, como na antiga geral do Maracanã.[2]

Com o surgimento de espaços que seguem modelos internacionais e apresentam, muitas vezes, ingressos caros para muitas pessoas, pode-se observar críticas na imprensa que denunciam a “elitização” dos estádios e o desaparecimento de práticas tradicionais, como os torcedores fantasiados. É a chamada “retórica da perda” (GONÇALVES, 2002), ou seja, a ideia de que se deve impedir a destruição de um patrimônio que está em risco.

Considerando o futebol a partir da perspectiva da identidade, é interessante observar, nas críticas atuais, o retorno às origens do esporte no Brasil. O futebol, entre os séculos XIX e XX, era uma prática da elite (MÁXIMO, 1999). Ao longo do século passado, na construção do Brasil moderno, o esporte tornou-se cada vez mais popular e foi apropriado como um patrimônio nacional, a ser valorizado e protegido, retomando as palavras do ex-presidente Lula, citadas anteriormente.

Porém, diante das mudanças ligadas a um esporte tão importante para os brasileiros, fica uma pergunta: quais bens materiais e imateriais relacionados ao futebol podem ser considerados como patrimônios culturais? A partir da “retórica da perda” observada em textos jornalísticos e comentários de leitores sobre o novo Maracanã, bem tombado pelo IPHAN e reinaugurado em 2013 após uma reforma, o objetivo deste trabalho é discutir o futebol como patrimônio cultural, para que se possa definir o que (e como) deve ser objeto de proteção no amplo universo relacionado ao esporte, que envolve locais, instituições, personagens e diversas formas de manifestação.

Com foco no Rio de Janeiro, o artigo também aponta diferenças entre as ações que relacionam o futebol ao patrimônio cultural nos planos federal, estadual e municipal, o que reforça a ideia de um debate que integre as diversas instâncias de governo.

O PATRIMÔNIO CULTURAL NO BRASIL

Antes de avançar nas questões específicas do futebol, deve-se compreender o conceito de patrimônio cultural e sua construção. Para isso, é fundamental analisar a “retórica da perda”, a partir do trabalho de José Reginaldo Gonçalves, que evidencia o processo discursivo relacionado às práticas de preservação.

De acordo com Gonçalves (2002), a narrativa da preservação está associada a uma concepção histórica moderna, na qual haveria um processo inevitável de destruição dos valores, objetos e instituições que se relacionam à identidade de uma nação. Num mundo cada vez mais globalizado, as marcas do passado e a diversidade cultural tenderiam a ser substituídas pela homogeneização – questão presente na discussão aqui proposta sobre o caso do Maracanã.

O discurso de perda, usado por intelectuais que se dedicam ao debate sobre patrimônio cultural, “pressupõe uma situação original ou primordial de integridade e continuidade, enquanto a história é concebida como um processo contínuo de destruição daquela situação” (GONÇALVES, 2002, p. 87). Neste contexto discursivo, apropriar-se do seu patrimônio cultural e protegê-lo estariam entre as tarefas obrigatórias para a nação. O risco a este patrimônio, entendido como expressão da identidade nacional, seria uma ameaça ao próprio país:

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