• Matéria: Português
  • Autor: eliezermariano46
  • Perguntado 5 anos atrás

Do divino Sacramento Ok bom ok comida Ok Divino uma já se nos dá no santo Altar cada dia. José de Anchieta ​

Respostas

respondido por: otakukpopera
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poderia explicar melhor

respondido por: ShibaComunista
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Resposta:

Oh que pão, oh que comida,

Oh que divino manjar

Se nos dá no santo altar

Cada dia.

Filho da Virgem Maria

Que Deus Padre cá mandou

E por nós na cruz passou

Crua morte.

E para que nos conforte

Se deixou no Sacramento

Para dar-nos com aumento

Sua graça.

Esta divina fogaça

É manjar de lutadores,

Galardão de vencedores

Esforçados.

Deleite de enamorados

Que com o gosto deste pão

Deixem a deleitarão

Transitória.

Quem quiser haver vitória

Do falso contentamento,

Goste deste sacramento

Divinal.

Ele dá vida imortal,

Este mata toda fome,

Porque nele Deus é homem

Se contêm.

É fonte de todo bem

Da qual quem bem se embebeda

Não tenha medo de queda

Do pecado.

Oh! que divino bocado

Que tem todos os sabores,

Vindes, pobres pecadores,

A comer.

Não tendes de que temer

Senão de vossos pecados;

Se forem bem confessados,

Isso basta.

Que este manjar tudo gasta,

Porque é fogo gastador,

Que com seu divino ardor

Tudo abrasa.

É pão dos filhos de casa

Com que sempre se sustentam

E virtudes acrescentam

De contino.

Todo al é desatino

Se não comer tal vianda,

Com que a alma sempre anda

Satisfeita.

Este manjar aproveita

Para vícios arrancar

E virtudes arraigar

Nas entranhas.

Suas graças são tamanhas,

Que se não podem contar,

Mas bem se podem gostar

De quem ama.

Sua graça se derrama

Nos devotos corações

E os enche de benções

Copiosas.

Oh que entranhas piedosas

De vosso divino amor!

Ó meu Deus e meu Senhor

Humanado!

Quem vos fez tão namorado

De quem tanto vos ofende?!

Quem vos ata, quem vos prende

Com tais nós?!

Por caber dentro de nós

Vos fazeis tão pequenino

Sem o vosso ser divino,

Se mudar.

Para vosso amor plantar

Dentro em nosso coração

Achastes tal invenção

De manjar,

Em o qual nosso padar

Acha gostos diferentes

Debaixo dos acidentes

Escondidos.

Uns são todos incendidos

Do fogo de vosso amor,

Outros cheios de temor

Filial,

Outros com o celestial

Lume deste sacramento

Alcançam conhecimento

De quem são,

Outros sentem compaixão

De seu Deus que tantas dores

Por nos dar estes sabores

Quis sofrer.

E desejam de morrer

Por amor de seu amado,

Vivendo sem ter cuidado

Desta vida.

Quem viu nunca tal comida

Que é o sumo de todo bem,

Ai de nós que nos detém

Que buscamos!

Como não nos enfrascamos

Nos deleites deste Pão

Com que o nosso coração

Tem fartura.

Se buscarmos formosura

Nele está toda metida,

Se queremos achar vida,

Esta é.

Aqui se refina a fé,

Pois debaixo do que vemos,

Estar Deus e homem cremos

Sem mudança.

Acrescenta-se a esperança,

Pois na terra nos é dado

Quanto lá nos céus guardado

Nos está.

A caridade que lá

Há de ser aperfeiçoada,

Deste pão é confirmada

Em pureza.

Dele nasce a fortaleza,

Ele dá perseverança,

Pão da bem-aventurança,

Pão de glória.

Deixado para memória

Da morte do Redentor,

Testemunho de Seu amor

Verdadeiro.

Oh mansíssimo Cordeiro,

Oh menino de Belém,

Oh Jesus todo meu Bem,

Meu Amor.

Meu Esposo, meu Senhor,

Meu amigo, meu irmão,

Centro do meu coração,

Deus e Pai.

Pois com entranhas de Mãe

Quereis de mim ser comido,

Roubai todo meu sentido

Para vós

Prendei-me com fortes nós,

Iesu, filho de Deus vivo,

pois que sou vosso cativo,

que comprastes

Com o sangue que derramastes,

Com a vida que perdestes,

Com a morte que quisestes

Padecer.

Morra eu, por que viver

Vós possais dentro de mim;

Ganha-me, pois me perdi

Em amar-me.

Pois que para incorporar-me

E mudar-me em vós de todo,

Com um tão divino modo

Me mudais.

Quando na minha alma entrais

É dela fazeis sacrário,

De vós mesmo é relicário

Que vos guarda.

Enquanto a presença tarda

De vosso divino rosto,

O saboroso e doce gosto

Deste pão

Seja minha refeição

E todo o meu apetite,

Seja gracioso convite

De minha alma.

Ar fresco de minha calma,

Fogo de minha frieza,

Fonte viva de limpeza,

Doce beijo.

Mitigador do desejo

Com que a vós suspiro, e gemo,

Esperança do que temo

De perder.

Pois não vivo sem comer,

Como a vós, em vós vivendo,

Vivo em vós, a vós comendo,

Doce amor.

Comendo de tal penhor,

Nela tenha minha parte,

E depois de vós me farte

Com vos ver.

Amém.

Explicação:

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