• Matéria: Artes
  • Autor: GeversonGVS
  • Perguntado 5 anos atrás

Qual seria a melhor forma de preservar um acervo como este e qual foi a escolha da familia de Hélio Oticica

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respondido por: GraziSales188
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Hélio Oiticica (1938-1980) tinha muita preocupação com a sobrevida de suas obras. É o crítico britânico Guy Brett, que conheceu Oiticica nos anos 70, em Nova York, quem afirma isso em texto publicado em 2007 no "Tate Papers", jornal do museu britânico Tate. A inquietação do artista se dirigia não apenas à existência de seus trabalhos após a sua morte, mas ao modo como manteriam sua vivacidade. Quando ele morreu, a maneira que seus amigos e familiares encontraram de perpetuar sua obra foi por meio de réplicas

"Sabemos que a culpa é nossa porque nós assumimos a responsabilidade pela guarda. O que não podemos aceitar é a secretária da Cultura dizer que a culpa foi por não termos dado a obra para ela. Nunca passaríamos para ninguém o gerenciamento da obra do Hélio. Eles não entendem de arte, não têm estrutura museográfica, nem sabem quem é HO", afirma Cesar, justificando sua recusa a uma proposta de comodato sugerida este ano pela secretária municipal de Cultura,

O Projeto HO beneficiou-se de um apoio do Estado por 12 anos. Mesmo assim, não deu conta de preservar um patrimônio universal. "O que aconteceu não é uma fatalidade. Será descaso das autoridades se não pegarem esse episódio na unha e dar nome ao que aconteceu: descuido? ganância?", indaga Daniela Bousso, diretora do Paço das Artes e do Museu da Imagem e do Som. O caso ainda não teve perícia técnica. Mas pede urgente mobilização. "O brasileiro só tranca a porta depois de arrombada", afirma o ministro da Cultura, Juca Ferreira. "Precisamos de lei. O público é quem ganha quando há interação da família com o setor privado e o governo. O inverso do Hélio Oiticica é o Iberê Camargo, que ganhou um museu de relevância mundial", diz o ministro, que promoverá audiências públicas para discutir a necessidade de legislação que regule a herança na questão da obra de arte.

Em busca de soluções

Por que temos que viver catástrofes como os incêndios do acervo de Hélio Oiticica e do Museu de Arte Moderna do Rio, em 1978, para que soluções sejam buscadas pelo Estado? Há dezenas, senão centenas, de acervos brasileiros à espera de condições 8p

Armazenada em um galpão na periferia do Rio de Janeiro, a totalidade do acervo do escultor Franz Weissmann (1911-2005) está ameaçada por um ambiente com goteiras, cupim, oxidação, temperatura alta e pouca circulação de ar. Em conversas com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a herdeira Wal Weissmann tentou negociar a criação de um Instituto, mas nada de concreto aconteceu.

O Ibram tem técnicos que poderiam orientar os herdeiros em situações dramáticas como aquela em que se encontram os trabalhos de Weissmann. "Mas qualquer intervenção precisa ser autorizada pela família e negociada porque envolve dinheiro público. É uma situação bem delicada. O acervo precisaria ser declarado como um bem de interesse público, pela família, para que o Ibram passasse a ser responsável pela fiscalização", explica Mário Chagas, diretor do departamento de

O que pode dar vida nova ao acervo é um acordo de comodato que está em negociação com a Pinacoteca do Estado. "Reconhecemos o enorme valor do acervo de Leonilson, mas há questões jurídicas que demandam tempo nas negociações com coleções privadas", afirma Marcelo Araujo, diretor da Pinacoteca. "Se é possível tirar lições da tragédia do acervo de Hélio Oiticica é admitir que os riscos são reais e que há decisões que devem ser tomadas com a maior urgência. Mas isso depende de uma política mais estruturada.

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