comente sobre as ações da extrema direito no final da década de 1970 e início da década de 80, especialmente sobre o atentado no centro de conversações Riocentro, no Rio de Janeiro
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O atentado ao Riocentro foi uma das diversas manifestações da linha-dura no contexto da abertura política. Insatisfeitos com o processo de distensão, setores mais radicais do grupo promoveram diversos atos terroristas, dentre eles o atentado ao Riocentro, que não logrou êxito e revelou ao público a incoerência entre os militares sobre o retorno à democracia.
O 1º de Maio e os planos da extrema-direita para impedir a abertura política
Os militares tinham como alvo o show realizado em 30 de abril de 1981, às 21 horas, no centro de convenções do Riocentro. O espetáculo era dedicado ao Dia do Trabalho (1º de Maio) e contava com personalidades de esquerda, sendo organizado por Chico Buarque e Fernando Peixoto através do Centro Brasil Democrático.
Planejado para ocorrer um ano antes, o plano contava com quatro equipes. Ao todo, estavam envolvidos quinze militares distribuídos em seis carros. A primeira equipe foi justamente a que falhou e deveria instalar três bombas no pavilhão. A segunda equipe, responsável por explodir a estação de eletricidade, também falhou, pois a bomba errou o alvo e não possuía força suficiente para gerar o dano desejado. A terceira e a quarta equipe estavam fora do pavilhão e seriam responsáveis por forjar evidências de que militantes de esquerda teriam sido os responsáveis pelas explosões. Para isso, prenderiam inocentes aleatoriamente e pichariam muros da redondeza com a sigla da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), movimento já extinto naquele contexto. Também enviariam à jornais documentos reconhecendo a autoria do atentado ao "Comando Delta", organização fictícia criada pelos militares.
O atentado contou com a colaboração do coronel Nilton de Albuquerque Cerqueira que suspendeu o policiamento da região que cuidaria do trânsito e da segurança no entorno do Riocentro.