• Matéria: Sociologia
  • Autor: stephany123451
  • Perguntado 5 anos atrás

Por que será que mesmo tendo uma maioria
negra, o Brasil tem tanta discriminação por conta da cor da pele?

Respostas

respondido por: melissaocor
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Antes de falar de racismo, devemos nos atentar para uma distinção conceitual importante: racismo, discriminação e preconceito não são, exatamente, a mesma coisa. Preconceito é um julgamento sem conhecimento de causa, ou seja, julgar algo ou alguém sem antes conhecer. Discriminação é o ato de diferenciar, de tratar pessoas de modo diferente por diversos motivos. Já o racismo é uma forma de preconceito ou discriminação motivada pela cor da pele ou origem étnica. Pensando na extensão dos conceitos, o racismo está dentro dos conjuntos “preconceito” e “discriminação”, mas não os esgota.

O racismo não se manifesta de maneira única, podendo ocorrer, principalmente, de três maneiras:

Quando há crime de ódio ou discriminação racial direta: essa forma de manifestação do racismo é mais evidente. Trata-se de situações em que pessoas são difamadas, violentadas ou têm o acesso a algum tipo de serviço ou lugar negado por conta de sua cor ou origem étnica.

Quando há o racismo institucional: menos direta e evidente, essa forma de discriminação racial ocorre por meios institucionais, mas não explicitamente, contra indivíduos devido a sua cor. São exemplos dessa prática racista as abordagens mais violentas da polícia contra pessoas negras e a desconfiança de agentes de segurança e de empresas contra pessoas negras, sem justificativas coerentes. Um bom exemplo da luta do racismo institucional são os protestos de Charlottesville, nos Estados Unidos, em 2017, devido à conduta criminosa de policiais que mataram negros desarmados e rendidos em abordagens, além de agirem com violência desnecessária.

Quando há o racismo estrutural: menos perceptível ainda, o racismo estrutural está cristalizado na cultura de um povo, de um modo que, muitas vezes, nem parece racismo. A presença do racismo estrutural pode ser percebida na constatação de que poucas pessoas negras ou de origem indígena ocupam cargos de chefia em grandes empresas; de que, nos cursos das melhores universidades, a maioria esmagadora — quando não a totalidade — de estudantes é branca; ou quando há a utilização de expressões linguísticas e piadas racistas. A situação fica ainda pior quando as ações ou constatações descritas são tratadas com normalidade.

Causas do racismo

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As origens modernas do preconceito racial remontam aos séculos XVI e XVII, período de expansão marítima e comercial, além da colonização do continente americano. Nesse momento, podemos perceber, marcadas na história, a escravização dos africanos e o genocídio de povos indígenas. Em busca de justificar tais ações, os europeus começaram a formular teorias baseadas na suposição de que havia uma hierarquia das raças. Segundo essa tese, brancos estariam no topo dessa espécie de pirâmide, seguidos pelos asiáticos, indianos, indígenas e negros.

Segundo essas primeiras hipóteses racistas, somente os brancos teriam capacidade intelectual para trabalhar a terra, governar e prosperar, enquanto os negros estariam aptos apenas para o trabalho braçal. Também era comum a crença de que negros e índios não tinham alma. Isso, na visão de um cristão moderno, significava ser um animal.

Com a chegada do século XIX e a abolição da escravidão na maioria das potências que utilizaram desse modo de mão de obra, o racismo não acabou, mas ganhou uma roupagem mais científica, que tentaria utilizar o rigor metodológico das ciências positivas para atestar a superioridade da raça branca e a inferioridade dos negros e mestiços.

Temos, nesse período, a publicação do livro Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, em que o filósofo Arthur de Gobineau (1816-1882) expôs, de maneira simultânea, sistematizada e ensaística, uma teoria de supremacia da raça branca. Alguns antropólogos e psicólogos da época também lançaram um novo estudo chamado de craniometria, em que medidas de crânios das diferentes raças eram retiradas e comparadas com outros dados de origem social, a fim de atestar que as populações negras estavam mais propensas a cometer ações violentas, mas desconsiderando o fato de a violência ser um fenômeno social.

Durante o período de governo nazista na Alemanha, as teorias de supremacia racial foram amplamente difundidas entre os aliados da Alemanha, como a Itália, além de surgirem seitas, como a Ku Klux Klan, nos Estados Unidos, que defendiam abertamente a supremacia da raça branca. Muitas ações excludentes, intimidatórias e violentas foram praticadas contra negros, além de haver, na época, um sistema de separação dos serviços públicos prestados a negros e a brancos.


melissaocor: obrigada pelo melhor resposta ;)
respondido por: lolo123574
4

Resposta:

POR QUE OS NEGROS VIERAM PARA O BRASIL COMO ESCRAVOS E MUITAS PESSOAS CONSIDERAM ELES AINDA COMO ESCRAVOS.

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