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Os discursos contemporâneos sobre a liberdade estão majoritariamente vinculados à possibilidade dos indivíduos realizarem suas vontades. Ao falar de liberdade sexual, da liberdade de opinião, ou da liberdade econômica, temos como pano de fundo uma concepção de que a liberdade diz respeito a satisfazer um desejo do sujeito: quanto maior é a capacidade de satisfazer desejos, maior é a liberdade. Formou-se no senso comum a noção que ter liberdade é ter capacidade de satisfazer a vontade. Diante disso chama a atenção à filosofia de Immanuel Kant que concebe uma ação como efetivamente livre somente quando esta é fruto de uma vontade de seguir a moralidade. Enquanto a máxima liberdade, no senso comum, é o comportamento que segue desenfreadamente a vontade, para Kant o comportamento realmente livre é aquele que se preocupa, primeiramente, com a coerência universal. Além do aspecto inovador, a argumentação e defesa de sua teoria motiva a nossa pesquisa a entender as articulações e especificidades da faculdade de desejar e da liberdade na filosofia kantiana. Iniciamos apresentando o tratamento dado por Kant à vontade, trazendo como o conceito é apresentado na Fundamentação da Metafísica dos Costumes e como tem seu desenvolvimento na Crítica da Razão Prática. Em seguida abordamos as particularidades e diferenças que o autor atribui à liberdade na Crítica da Razão Pura, em especial na terceira antinomia, para concluir sua defesa da existência da liberdade com a Crítica da Razão Prática. Por fim, trataremos como Kant argumenta de modo a conciliar que a ação moral, que a princípio provoca no sujeito a dor da restrição do desejo, é considerada a ação que melhor satisfaz a definição de liberdade.
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