Por que a história de Henri Cristophe foi trágica, como indica o título da peça de Aimé Césare?
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A propósito da tragédia que se abateu sobre o Haiti, houve quem desenterrasse pela enésima vez a teoria do "fardo do homem branco", lançando sobre o "colonialismo" as culpas do profundo atraso estrutural do país, de longe o mais pobre das Américas. O Haiti é, de facto, um exemplo de "estado falhado", mas as culpas disso não podem assacar-se de boa fé aos pecados coloniais. Foi o segundo país do continente a conquistar a soberania (em 1804, logo após os Estados Unidos, que se tornaram independentes do Reino Unido em 1776) e toda a sua história como nação independente é um longo cortejo de actos violentos e administração ineficaz, brutal e corrupta. O próprio herói da independência - Jean-Jacques Dessalines, que conseguiu a proeza de derrotar as tropas napoleónicas - morreu dois anos mais tarde, em 1806, às mãos dos seus sequazes. De nada lhe valeu ter-se feito coroar com o patético título de imperador, numa tosca imitação do quadro político então vigente na antiga potência colonial. O país partiu-se de imediato em dois - dividido em monarquia e república, em ambiente de guerra civil. Henri Christophe, um dos líderes que emergira com o assassínio de Dessalines, terminou os seus dias com uma bala na têmpora.
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