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Explicação:
A colheita é feita uma vez por ano, sempre no fim do mês de setembro. As artesãs são de famílias de quilombos, descendentes de escravos, que vivem em um povoado do município de Mateiros, distante quase 300 quilômetros de Palmas.
É do campo que sai o sustento de todas as famílias que vivem no local. "Para nós é o ouro do Brasil. O ouro do Tocantins. O ouro da grande Mumbuca que nós amamos tanto", diz a quilombola Antônia Ribeiro da Silva.
Uma tradição que começou no século passado por dona Miúda, que morreu aos 82 anos. A matriarca herdou o talento para o artesanato dos antepassados. "Por isso que minha vó falava que a gente tem que deixar para colher a partir do dia 20 de setembro porque vem sem a pata e com brilho", diz a extrativista.
O capim cresce nos chamados veredões, faixa de vegetação onde o capim é abundante. Para colher 1 kg, as artesãs demoram mais de 5h. Tem fruteira, chapéu, enfeites. As mandalas reluzem o dourado.
Os artesanatos são vendidos na própria comunidade e revendidos em vários estados e até mesmo fora do país. A costura é feita com a seda do buriti. "O buriti tem uma palha. Antes dele se tornar palha ele tem um olho. Daí a gente tira o olho e aí vai raspando o olho na palha. Tira a fibra e a gente costura", diz a artesã Aldina.