Respostas
A ciência não dá saltos. Essa frase, usada originalmente para se referir aos processos evolutivos na natureza, também é útil para explicar o longo caminho do desenvolvimento de uma vacina. Desde o início da pandemia, a descoberta de um produto eficaz e seguro para prevenir infecções pelo novo coronavírus tem sido aguardada como uma esperança capaz de deter o avanço da doença que já matou mais de 800 mil pessoas no mundo, cerca de 120 mil delas somente no Brasil, até o fim de agosto. No entanto, a torcida para que cientistas de todo o mundo encontrem, em tempo recorde, uma vacina contra a Covid-19 não pode esquecer que a ciência tem etapas a cumprir. Dos primeiros testes em laboratório até o produto chegar às mais de 36 mil salas de imunização existentes no SUS, por exemplo, é preciso tempo, investimento e esforço humano — e ainda garantir que a vacina seja ofertada como um bem público à toda a população.
Explicação:
Resposta:
Atualmente, mais de 150 candidatas à vacina estão em desenvolvimento ao redor do mundo, e por isso é possível que em algum momento uma delas se mostre bastante efetiva para frear o número de contágios. Ainda que parcialmente.
No entanto, apesar dos sinais que alimentam o otimismo, não há qualquer garantia de que no futuro próximo haverá uma vacina suficientemente boa para parar a pandemia. Por esse motivo, analisar todos os cenários possíveis e ter em mente um plano B no qual não exista vacina é um exercício necessário de responsabilidade e transparência.
Lamentavelmente, se tem algo com que podemos estar seguros nesta pandemia é que o novo coronavírus veio para ficar.
Criar a falsa esperança de que vamos contar em breve com uma vacina ou um tratamento eficaz contra a covid-19 pode ser uma faca de dois gumes que poderia causar uma enorme decepção caso as expectativas não se realizem.