• Matéria: Português
  • Autor: ysalove2017
  • Perguntado 5 anos atrás

Me ajudem por favor é urgente!

O amor e a morte



Foi em dezembro, dez anos atrás. Mila teve nove filhotes, impossível ficar com a ninhada inteira, fiquei com aquela que me parecia a mais próxima da mãe.



Nasceu em minha casa, foi gerada em minha casa, nela viveu esses dez anos, participando de tudo, recebendo meus amigos na sala, cheirando-os e ficando ao lado deles - sabendo que, de alguma forma, devia homenageá-los por mim e por ela.



Ao contrário da mãe, que tinha alguma autonomia existencial, aquilo que eu chamava de “fumos fidalgos”, como o Dom Casmurro, Títi era um prolongamento, o dia e a noite, o sol e todas as estrelas, o universo dela centrava-se em acompanhar, resumia-se em estar perto.



Quando Mila foi embora, há dois anos, ela compreendeu que ficara mais importante – e, se isso fosse possível, mais amada. Escoou com sabedoria a dor e o pranto, a ausência e a tristeza, e se já era atenta aos movimentos mais insignificantes da casa, com o tempo tornou-se um pedaço significante da vida em geral e do meu mundo particular.



Vida e mundo que deverão, agora, continuar sem ela – se é que posso chamar de continuação o que tenho pela frente. Perdi alguns amigos, recentemente, mas foram perdas coletivas que doeram, mas, de certa forma, são compensadas pela repartição do prejuízo.



Perder Títi é um “resto de terra arrancado” de mim mesmo – e estou citando pela segunda vez Machado de Assis, que criou um cão com o nome do dono (Quincas Borba) e sabia como ninguém que dono e cão são uma coisa só.



Essa “coisa só” fica mais só, nem por isso fica mais forte, como queria Ibsen. Fica apenas mais sozinho mesmo, sem ter aquele olhar que vai fundo da gente e adivinha até a alegria e a tristeza que sentimos sem compreender. Sem Títi, é mais fácil aceitar que a morte seja tão poderosa, desde que seja bem menos poderosa do que o amor.

O texto “O amor e a morte” pode ser classificado como


um editorial.

um poema em prosa.

uma crônica.

uma notícia.

uma resenha crítica.

Respostas

respondido por: brendaisis
63

O texto "O amor e a morte" pode ser corretamente classificado como uma crônica.

As crônicas são textos em que assuntos gerais e amplos são abordados na sua constituição, e os mesmos apresentam temas voltados para o cotidiano das cidades, por intermédio de um retrato verbal particular de determinados acontecimentos.

Nas crônicas há tipologia narrativa com trechos reflexivos, e até mesmo, em alguns casos, pode-se observar elementos argumentativos.

respondido por: martinkoliveira
0

O texto "O amor e a morte" pode ser classificado como está de acordo com a letra C) uma crônica.

Uma crônica narrativa relata as ações de personagens em um período atual e em um espaço definido, podendo ser narradas pelos mais variados tipos de de narrador, tanto em primeira como terceira pessoa.

As crônicas narrativas utilizam linguagem simples e de forma direta, além de utilizar o humor para entreter o leitor. Os textos são breves e curtos, relatando fatos do cotidiano cronologicamente, por isso recebem esse nome.

O discurso normalmente utilizado é o discurso direto, forma onde o autor reproduz a comunicação dos personagens ao leitor através da comunicação direta entre eles, por meio de conversas.

Por todos esses motivos, o texto "O amor e a morte" é considerado uma crônica, que objetiva realizar uma pequena introdução do mais recente livro de Carlos Heitor Cony, onde o autor disserta sobre a tão polêmica eutanásia.

Veja mais sobre crônica em:

https://brainly.com.br/tarefa/10706682

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