Respostas
Resposta:
Desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil
No filme “Eu, Cristiane F”, a jovem protagonista, ao frequentar pela primeira vez uma discoteca para maiores, se envolve com as drogas e decai gradativamente, vindo a envolver-se até na prostituição; em virtude da situação em que se encontra, largar o vício é um impasse. Fora das telinhas, casos como os de Cristiane são muito comuns, a deficiência no tratamento e reinserção dos usuários é motivada ora pela dificuldade em aderir ao tratamento, ora pela ineficácia e precariedade dele. [8]
Partindo dessa concepção, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento de São Paulo, o número de usuários na cracolândia[9] cresceu 160% comparado ao ano de 2016, tal dado evidencia um consumo desenfreado. O uso de substâncias entorpecentes cresce, a medida em que o contato com elas é frequente, utilizadas, muitas vezes, como válvula de escape ou ainda pela influência de terceiros. Ainda que a adesão ao vício possa ser estabelecida rapidamente, o tratamento não possui o mesmo viés, visto que as drogas possuem princípios ativos que proporcionam prazer e sensação de bem-estar e, por isso, levam a dependência.[1] Sendo assim, a resistência ao tratamento é percebida. [7]
Além disso, a ineficácia e precariedade dos tratamentos é outro fator determinante para o índice elevado de dependentes. [5]O usuário que depende do SUS encontra barreiras, visto que, no Brasil, ainda não se tem um tratamento público que abranja a maior parte dos usuários. Além disso, muitos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) não os acolhem em período integral, dando margem para que continuem no vício. Aliado a isso, falta-se capacitação profissional dos médicos e disponibilidade de uma equipe completa, visto que em muitos centros, o número de profissionais é desproporcional à quantidade de pacientes.[4] Fatores como os mencionados impossibilitam um tratamento efetivo. [6]
É necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para a resolução do impasse. A família deve atentar-se aos primeiros sinais de uso das drogas, visto que a adesão do tratamento pelo paciente logo no início possibilita uma menor resistência por parte dele, sendo assim[2] as chances de recuperação serão maiores. Outrossim, o Ministério da Saúde deve disponibilizar uma maior verba, e em parceria com as prefeituras, estabelecer mais unidades de apoio com profissionais qualificados e estrutura satisfatória, visto que a precariedade das unidades são fatores determinantes para a dificuldade do tratamento, a fim de que um maior número de usuários tenham acesso a reabilitação e possa ser reinserido na sociedade.[3]