• Matéria: Ed. Física
  • Autor: taigatop
  • Perguntado 5 anos atrás

O que é o “corpo belo” difundido pela mídia?

Respostas

respondido por: tiacharlidoidah0
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Este estudo tem por objetivo descrever o corpo feminino valorizado pela mídia impressa. Seus atributos e implicações para a condição feminina e como o professor de Educação Física pode intervir a esses ideários que nem sempre correspondem ao corpo real. Caracteriza-se por ser uma pesquisa documental, de caráter qualitativo, no que foram analisadas em seis edições da revista Boa Forma, no ano de 2016, o perfil das modelos das capas, o escopo das matérias relacionadas a essas modelos e o editorial que sublinha o objetivo de cada edição. A organização dos dados empíricos se deu pela análise de conteúdo. À guisa de conclusão, foi possível constatar que o culto ao corpo é modificado socialmente e a mídia impressa é responsável por propagar modelos de corpos considerados perfeitos, induzindo o público feminino a uma mercadorização do corpo e ao professor de Educação Física cabe desmitificar essa idealização midiática apresentada.

1. INTRODUÇÃO

“Na segunda metade do século XX o culto ao corpo ganhou uma dimensão social inédita: entrou na era das massas” (GOLDENBERG, 2007, p.8). “Ser bela é estar ligada às qualidades estéticas, explicitadas nos atributos físicos e que estão constantemente veiculadas pela mídia” (SAMPAIO; FERREIRA, 2009), é ser belo conforme o que a sociedade estabelece como parâmetros, produtos, procedimentos estéticos, entre outros.

Embora seja quase impossível estabelecer com certeza quando as expressões “culto ao corpo” e “cultura do corpo” apareceram pela primeira vez, numerosos antropólogos, sociólogos e historiadores vêm se utilizando destes termos para designar um comportamento no qual o corpo figura como elemento central e definidor de identidades (BERGER, 2010, p.70).

Podemos observar isto pelo modismo de certas roupas que valorizam atributos (decotes, fendas, ombros expostos…), pela alimentação adequada (isenta de radicais livres, glúten, por exemplo), pela ingestão de suplementos, pelos procedimentos estéticos, pelos cosméticos (que prometem retardar o envelhecimento), até intervenções cirúrgicas para modelagem sem/com próteses.

“Assistimos, no Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos, a uma crescente glorificação do corpo, com ênfase cada vez maior na exibição pública do que antes era escondido, mas controlado” (GOLDENBERG, 2007, p.24). O corpo vira um espetáculo à parte!!!!!

“Devido à nova moral, a da “boa forma”, a exposição do corpo, em nossos dias, não exige dos indivíduos apenas controle de suas pulsões, mas também o (auto) controle de sua aparência física” (GOLDENBERG, 2007, p.25), tornando-a passaporte para um grupo social em progressiva emergência – os que cuidam de si. Até aí nada comprometedor, o problema está na relação que se estabelece no cuidar de si com o cuidar, exclusivamente, da aparência.

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