Respostas
Algumas pessoas tem uma incrível capacidade para acolher a todos. A forma como esse tipo de pessoa age com desconhecidos, geralmente, causa-nos um impacto negativo porque pensamos que tais pessoas negligenciam a própria segurança e nos parecem muito ingênuas a respeito da onda de violência em nossa época. Somos desconfiados, não abrimos a porta do nosso lar nem a janela de nosso carro para estranhos e isso nos acostumou a não abrir nossos corações para quem pensa e age diferente de nós.
Nesse ponto cabe uma pergunta: sendo a hospitalidade uma manifestação de acolhimento ao "outro", ela deveria ser realizada apenas por quem está acostumado a ajudar desconhecidos? Ou seja: a hospitalidade é um dom natural em algumas pessoas e deveria ser exercida apenas por estas? Admitamos que, enquanto a arte da acolhida é facilmente exercida por alguns, pode ser bastante difícil para os outros. Nossas casas são uma extensão de nós mesmos, quando praticamos a hospitalidade, estamos tendo a oportunidade de compartilhar a sacralidade de nossa intimidade e isto exige de nós, antes de tudo, coragem.
Nenhum de nós há de negar que é mais fácil compartilhar a hospitalidade com a família e com os amigos que com estranhos, no entanto, a bíblia incentiva a todos a prática da hospitalidade. O texto de Rm 12,13 nos exorta "praticai a hospitalidade". O termo grego traduzido em português por "hospitalidade" é philoxenia, uma combinação de duas palavras: philos, que significa "amar alguém como a um amigo ou irmão", e xenos, que significa estrangeiro (estranho) ou imigrante (o estrangeiro residente). Embora geralmente traduzida por "hospitalidade", a philoxenia significa dispensação de afetos em relação aos estrangeiros, "amar estranhos ou imigrantes como se fosse o seu próprio amigo ou irmão". Isto significa que se deve prestar aos estranhos o mesmo tipo de amor com o qual amamos a amigos e parentes. O texto da Carta aos Romanos é ainda mais incisivo porque afirma literalmente, "prossegui na hospitalidade", ou seja, a hospitalidade não deve ser algo esporádico, mas um ato constante.
No Antigo Testamento