• Matéria: História
  • Autor: luisaccassal
  • Perguntado 5 anos atrás

O poder político nas aldeias era exercido por chefes locais. Como ocorreu a centralização de poder das aldeias nas mãos de uma instituição chamada Estado?​

Respostas

respondido por: lunnamachado999
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Resposta:

A partir do século XI, em algumas regiões da Europa, as monarquias feudais iriam servir de base para a formação de governos centralizados: é o caso da França, da Inglaterra e de Castela (atual Espanha).

Os reis começaram então a concentrar grandes poderes, em parte por causa do apoio e do dinheiro recebido dos burgueses. Ao longo de algum tempo, a aproximação entre o rei e a burguesia colocariam fim à fragmentação do poder. Entretanto, isso não significou a exclusão da nobreza feudal do poder. Ela se manteve ligada ao rei e usufruindo da sua política.

Explicação:

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respondido por: jhecibio
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A  conjuntura  na  qual  isso  ocorreu,  na    segunda  metade  do  século  XVIII,  corresponderia  a  um  período  no  qual  ocorreu  a  transição  de  uma  monarquia  de  tipo  corporativa  (com  relativa  autonomia  dos  poderes  locais)  para  uma  do  tipo  absolutista,  com  todas  as  implicações  daí  resultantes,  em  especial  o aumento  da  centralização  política.2  Neste  sentido,  para  compreender   adequadamente   as  relações   estabelecidas   entre   o  centro   e  a  periferia  no   Império   português,  deve-se  levar  em  conta  que  "as  vilas  refletiam  uma  resposta  régia  a  uma  situação  resultante  de    um  povoamento  anterior  e  espontâneo,  promovido  por  colonos  individualmente,  e  cujo  crescimento  até  determinado  ponto  fazia  com  que  a  Coroa  julgasse  necessário  prover  a  organização  de  um  governo  municipal".  A principal  intenção  da Coroa  seria favorecer a estabilidade  administrativa,  social  e  econômica  destas  localidades.  Por  isso,  durante  o século XVIII  intensificou-se  o povoamento  na América  Portuguesa,  tendo  sido  criadas  muitas  novas  vilas,  "justamente  como  forma  privilegiada  pela  Coroa  para  enquadrar  politicamente  a  população  e  atenuar  os  conflitos,  mais  freqüentes  em  zonas  periféricas,  onde  não  existia  qualquer tipo de autoridade  reconhecida  pelo  rei".3  O período  a ser analisado corresponde àquela conjuntura em que  se fez sentir de maneira mais  incisiva  a  atuação  da  Coroa  no  sentido  de  cercear  a  autonomia  das  Câmaras  do  Império.  A  partir  dos  finais  do  século XVII  e durante  o século  seguinte,  o poder monárquico passou  a interferir cada vez mais  diretamente  nos  conselhos  municipais.  Uma  das primeiras  medidas  foi uma  alteração  nos procedimentos  eleitorais  das  câmaras,  que  nas  vilas  principais  passaram  a  ter  seus  oficiais  designados  pelas  autoridades  régias.  Além  desta  intervenção,  teriam  aumentado  o número  de  ouvidores,  possibilitando  uma  prática  correcional  mais  freqüente, que visava  enquadrar justamente  os  conselhos  municipais.  Outra  medida  foi a criação  do  cargo  de   "juiz de fora", um oficial letrado,  com formação universitária  e que passou  a presidir as câmaras  das vilas mais  importantes,  em  substituição  aos juízes  ordinários.  Todas  estas  medidas  significavam  essencialmente  a mesma  coisa: um aumento  da interferência dos  "poderes  do centro" no poder  local.4  Em primeiro lugar procura-se tentar compreender  o funcionamento do poder local, exercido através  da  Câmara, em uma pequena localidade ultramarina (no caso, Viamão) que nada tinha da riqueza ou  importância  política  de  cidades  como  Salvador,  Olinda  ou  o Rio  de  Janeiro;  entender  como  se  configurou  "o  poder  na  aldeia" nos parece  fundamental para  compreender  a própria  conquista  e colonização  portuguesa  na  região,  que  garantiu  a  expansão  do  Império  lusitano  até  as  margens  do  Rio  da  Prata.  Para  efeito  de  comparação  e  de  reflexão  sobre  este  assunto,  tome-se  o  caso  da  povoação  mais  meridional  da América  Portuguesa,  a  Colônia  do  Sacramento,  dinâmico  núcleo  urbano  que  floresceu  no  século  XVIII  (até  1777).  A  Colônia  do  Sacramento  não tinha um  canal  de  expressão  do poder  local,  não tendo  sido criado  um  Senado  da  Câmara,  dada  a sua dependência  direta  ao Rio  de  Janeiro.  Não  desejo afirmar aqui  que  a falta de uma  instituição  de  poder  local  foi a causa  determinante  da perda  da Colônia platina, mas  simplesmente  destacar  a  importância  das  Câmaras  enquanto  espaço  fundamental de governabilidade  no ultramar  lusitano.  Como  afirmou  Boxer,  as  Câmaras  eram  uma  forma  de  representação  e  refúgio para  todas  as  classes  da    sociedade  portuguesa,  particularmente  as  elites  locais.  Representação  na  medida  em  que  o exercício  do  poder  político  local  dava  vazão  às  reivindicações  das  comunidades  ou  de  setores  mais  privilegiados.  Mas  também  de refugio, visto  que  os conselhos  eram  espaços  de  resistência  às imposições  do poder  central.5  A  dinâmica  da negociação  entre  o centro  imperial  e as periferias envolvia certamente  a prática  de  concessões,  mas igualmente compunha-se de elementos conflituais. Nestes momentos de conflito, as Câmaras  apareciam  como  instâncias  de  intermediação  imprescindíveis  no  universo  político  colonial.  Daí  a  importância  do  domínio  destas  instituições  pela  "nobreza  política",  na  medida  em  que  "não  apenas  as  principais  famílias  da    vila,  cidade  ou  região  eram  representadas  na  câmara,  mas  ainda  que  a  câmara  advogava,  articulava  e  protegia  os  interesses  das  elites  locais".'1  240

esse artigo fala bem sobre o poder politico nas aldeias quando exercidos pelos chefes locais e ainda são em alguns locais; como ocorreram a centralização de poder das aldeias nas maos de uma instituição, entre outros aspectos.

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