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A Descoberta do Mundo, coletânea de crônicas de Clarice Lispector, é mais do que um apanhado dessa face tão pouco falada da obra Clariceana. Parte disso se vê nesse texto, que faz uma ponte entre as incursões da autora nesse gênero e a angústia existencialista presente na obra de Jean Paul Sartre.
Nessa perspectiva, Sartre (2011) propõe que a reflexão sobre a angústia está intrinsecamente ligada a liberdade, posto que o indivíduo, diante da gratuidade da existência, onde nada o acolhe ou o ajuda, deve criar suas próprias justificativas e essa liberdade que é dada ao homem se concretiza sob a forma do mal-estar da angústia. Trata-se de um mal-estar porque é a consciência de que o indivíduo é o seu próprio fundamento de valor, “em sua facticidade […] condenado a ser integralmente responsável por si mesmo”.