• Matéria: História
  • Autor: VENOM
  • Perguntado 9 anos atrás

Os invasores que deram inicio ao feudalismo e quando e onde

Respostas

respondido por: BlackMusic
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Nas regiões da Europa dominadas pelos francos, houve uma tentativa de reviver o antigo Império Romano.Isso ocorreu quando Carlos Magno contava com "funcionários"- condes, duques e marqueses, que recebiam terras e cumpriam as determinações do rei.Após a morte de Carlos Magno, diante do enfraquecimento do poder real, aqueles funcionários foram se tornando cada vez mais independentes. As grandes extensões de terras que eles haviam recebido tornaram-se conhecidas como feudos.
A palavra feudo relaciona-se a um bem (um pedaço de terra, por exemplo) dado em algo em troca (obediência, fidelidade, etc). Dela se originou o termo feudalismo, que se refere ao modo de vida que passou a existir na maior parte da Europa depois da desestruturação de reino franco, portanto ainda durante a Alta Idade Média (que vai do século V ao século X).
O feudalismo era um sistema em que os indivíduos mantinham entre si laços de dependência, em grande parte vinculados à cessão de terras em troca de lealdade e obediência. Nesse sistema, a Igreja cristã exercia grande influência sobre diversos aspectos da vida das pessoas.
respondido por: falarodrigo
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Prezado, 

O feudalismo na Europa ocorreu após a queda do Império Romano, que sucumbiu às invasões dos povos bárbaros, dando início à Idade Média, com a fragmentação política e administrativa da Europa Ocidental. Esse período ficou conhecido como "
idade média",  também chamado de "idade das trevas" em razão dos motivos abaixo.

Roma foi um dos impérios mais duradouros que já houve. Eles possuíam características que ainda hoje nos impressionam. Imagine, por exemplo, que as cidades recebiam águas trazidas de fontes puras distantes, das montanhas, chegando através dos aquedutos às cidades. Os cidadãos mais importantes (e ricos) recebiam água encanada em casa. Os mais pobres podiam beber água nas diversas fontes da cidade, adornadas com belas estátuas. Havia banheiros públicos, nos quais embaixo dos sanitários corria água que levava os dejetos para longe das cidades (saneamento básico, coisa que muitas cidades atuais não possuem). Além disso, havia as termas, locais com várias piscinas, com diferentes temperaturas (escravos aqueciam a água nas temperaturas desejadas). Todos os cidadãos romanos podiam (e deviam) tomar banho, frequentemente, nas termas, havendo áreas diferentes para homens e outras para mulheres. Nesse sentido, os romanos gostavam de se diferenciar dos bárbaros em razão de serem limpos e não cheirarem tão mal como os outros povos.

Inclusive, havia o uso da energia hidráulica, a força dos rios, para movimentar engrenagens que moíam o trigo, auxiliando a fabricar o pão mais barato da Antiguidade. Imagine, ainda, que nos estádios se distribuía pão gratuitamente enquanto eram exibidos espetáculos extraordinários,  inclusive, eles enchiam o coliseu com água para realizarem batalhas com navios de verdade. A água era também rapidamente retirada para os espetáculos com os gladiadores, pessoas dos mais diferentes raças e povos, que lutavam contra animais trazidos de diferentes partes do mundo conhecido de então ou uns contra os outros.

Nas cidades que criavam ou nas regiões que conquistavam, eles desenvolviam cidades com infraestrutura semelhante à Roma, utilizando uma espécie de cimento, feito de cinzas vulcânicas e outros elementos. Havia uma extensa rede de estradas, que favoreciam o comércio, de modo que a capital do império Romano reunia a melhor engenharia, tecnologia, conhecimento, poesia. Muitos povos enviavam pessoas para estudarem em Roma e aprenderem um pouco do enorme conhecimento acumulado em Roma. Dentro do império, havia relativa paz, a Pax Romana, com base no forte exército e autoritarismo de Roma.

Com a queda de Roma, a Europa foi invadida por diversas tribos bárbaras, que mataram, estupraram, saquearam e destruíram quase tudo o que havia. Com a destruição dos aquedutos houve a ausência da água encanada nas cidades, a população urbana diminuiu drasticamente em razão de que as pessoas fugiram em direção ao campo e aos locais em que havia rios e lagos. Bibliotecas foram destruídas, sábios e professores foram mortos, epidemias se espalharam. Houve o abandono das cidades, a falência da atividade comercial, o fechamento do Mar Mediterrâneo por tribos bárbaras, dificultando o acesso aos produtos de outras regiões.

A Europa mergulhou na "Idade das Trevas", pois as pessoas olhavam as ruínas das cidades e viam banhos públicos, encanamentos de água, obras de arte e de engenharia extraordinários, dentre outras características. Comparavam a sujeira, a fome, o sofrimento, o trabalho excessivo e sem perspectivas de melhoria, a insegurança constante, a falte de médicos, dentre outras coisas, percebendo que viviam muito pior ao se compararem a época dos romanos. O número de pessoas alfabetizadas diminuiu muito. O de escritores, ainda mais.  As pessoas, desesperadas frente às duras condições de vida e às constantes violências às quais eram submetidas, buscavam a igreja para conseguir paz, mesmo que fosse na vida após a morte.  Buscando garantir sua vaga no céu, pois acreditavam que o fim do mundo estava próximo, doavam seus bens e suas terras para os padres e religiosos, de modo que a igreja católica chegou a ter mais de 60% das terras europeias. 

Enfim, conforme bem retratado no filme (e livro) "O nome da Rosa", as consequências da queda de Roma foram séculos de ignorância, misticismo, selvageria, sofrimento, dor, desespero, fome, nos quais havia uma estrutura de organização social baseada nos feudos, grandes propriedades de terra sob domínio do senhor feudal, que eram, praticamente autossuficientes, realizando, eventualmente, trocas. 

A herança de Roma e da Grécia foi redescoberta no Renascimento, nas qual os artistas e sábios buscavam inspiração nas obras antigas dos romanos, espalhadas por várias cidades. Além disso, os cientistas obtiveram acesso aos livros romanos que conseguiram escapar da destruição, possibilitando toda uma nova influência na literatura, na produção do conhecimento, estimulando o desenvolvimento do mundo como conhecemos hoje.


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