(UNIOESTE - PR) Em filosofia política, o contratualismo visa à construção de uma "teoria racional sobre a origem e o fundamento do
Estado e da sociedade política". O modelo contratualista é "... construido com base na grande dicotomia 'estado (ou sociedade) de
natureza / estado (ou sociedade) civil" (cf. BOBBIO), sendo que a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante o
contrato social
Considerando o texto acima e as diferentes teorias contratualistas, é INCORRETO afirmar que
A
o ponto de partida, no pensamento contratualista, para a análise da origem e fundamento do Estado, é o
estado político historicamente existente, cujo princípio de legitimação de sua efetividade histórica é o
consenso.
B
os elementos constitutivos do estado de natureza são individuos singulares, livres e iguais uns em relação aos
outros, sendo o estado de natureza um estado no qual reinam a igualdade e a liberdade.
para o contratualismo, a sociedade política, em contraposição a qualquer forma de sociedade natural, encontra
seu princípio de fundamentação e legitimação no consenso dos individuos participantes do contrato social.
D
diferente de Locke que concebe o estado de natureza como um "estado de relativa paz, concordia e
harmonia", para Hobbes o estado de natureza é um estado de guerra generalizada, de todos contra todos, de
insegurança e violência.
E) a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante uma ou mais convenções, ou seja, mediante "um ou mais atos voluntários e deliberados dos indivíduos interessados em sair do estado de natureza", e ingressar no Estado civil.
Respostas
Resposta: letra C
Explicação:
As teorias do contratualismo surgem da necessidade de explicar o fato dos seres humanos terem se organizado em torno de sociedades regidas por leis criadas pelo Estado.
Os pensadores que desenvolveram essa escola de pensamento são conhecidos como filósofos contratualistas. Os contratualistas afirmam que antes do contrato social, todos os seres humanos eram livres e iguais, vivendo de acordo com as leis da natureza.
Resposta:
Letra A
Muitas pessoa pergunta pq não e a B então irei explica toda a questão
(Unioeste 1ª Fase 2013) Em filosofia política, o contratualismo visa à construção de uma “teoria racional sobre a origem e o fundamento do Estado e da sociedade política”. O modelo contratualista é “... construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de natureza / estado (ou sociedade) civil’” (cf. BOBBIO), sendo que a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante o contrato social.
Considerando o texto acima e as diferentes teorias contratualistas, é INCORRETO afirmar que
a) o ponto de partida, no pensamento contratualista, para a análise da origem e fundamento do Estado, é o estado político historicamente existente, cujo princípio de legitimação de sua efetividade histórica é o consenso.
b) os elementos constitutivos do estado de natureza são indivíduos singulares, livres e iguais uns em relação aos outros, sendo o estado de natureza um estado no qual reinam a igualdade e a liberdade.
c) para o contratualismo, a sociedade política, em contraposição a qualquer forma de sociedade natural, encontra seu princípio de fundamentação e legitimação no consenso dos indivíduos participantes do contrato social.
d) diferentemente de Locke, que concebe o estado de natureza como um “estado de relativa paz, concórdia e harmonia”, para Hobbes, o estado de natureza é um estado de guerra generalizada, de todos contra todos, de insegurança e violência.
e) a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante uma ou mais convenções, ou seja, mediante “um ou mais atos voluntários e deliberados dos indivíduos interessados em sair do estado de natureza”, e ingressar no estado civil.
Explicação:
Para quem já estudou filosofia política básica batendo o olho percebe o erro: "a) o ponto de partida, no pensamento contratualista, para a análise da origem e fundamento do Estado, é o estado político historicamente existente, cujo princípio de legitimação de sua efetividade histórica é o consenso."
Para todos os contratualistas, sem exceção, desde Hobbes, Locke a Rousseau, até os atuais, tais como Rawls, o contrato social é fundado não em um conjunto de investigações pautado em evidências históricas (documentos escritos, artefatos, etc) a respeito dos primeiros Estados a surgirem nas diferentes civilizações humanas (andinas, egípicias, grega, etc), mas sim em um experimento mental que nos leva a concluir sobre a necessidade e justificativa da existência do Estado. Ora, se é um experimento mental, então não é fundado em análise de documentos históricos para formular uma narrativa (sequência de fatos que supostamente ocorreram no passado), mas sim um raciocínio fundado nas leis da lógica.
Tal experimento foi formulado pelos diferentes contratualistas de diferentes formas, mas sempre tinha como fim justificar a origem e necessidade do Estado. Para Hobbes, no estado de natureza, onde não existe um poder comum capaz de coibir as ações humanas prejudiciais a outros seres humanos (não existe judiciário, legislativo e executivo, nem forças policiais, ou seja, não há Estado) os seres humanos sempre estão sujeitos à violência e morte violenta e, nesta insegurança, decidem por se reunir em uma condição hipotética e ideal (ou seja, dispõem da mesma inteligência, informações sobre o futuro, medo, recursos, etc) e transferem suas liberdades naturais (de fazer qualquer coisa) para um soberano absoluto, a fim de que percam suas liberdades mas ganhem, com isso, segurança. Em resumo, para Hobbes é isso... É mais complicadinho, tem mais detalhes, mas em essência é isso.
Já para Rousseau e Locke o estado de natureza é diferente, ou seja, trata-se de um experimento mental diferente do realizado por Hobbes, mas a finalidade é a mesma, a saber, justificar a origem (não origem histórica, mas origem Lógica!!!) e necessidade do Estado enquanto poder público moderador das ações humanas em sociedade. É justamente por isso que filosofia política se diferencia de sociologia ou ciências políticas, porque essas duas últimas são empíricas e experimentais e, portanto, dependem mais de dados históricos do que de raciocínio lógico puramente para tirar suas conclusões.
. A 'b' é correta, quando diz que 'reina a liberdade e a igualdade' não quer dizer necessariamente que reina a paz ou a guerra, ou seja, não podemos concluir da afirmativa contida no item 'b' que se trata do estado de natureza tal como foi descrito por Hobbes ou Rousseau, mas sim que no estado de natureza, para qualquer contratualista, os homens são iguais (dispõem de iguais recursos) e liberdade (podem fazer o que quiserem, desde praticar a violência ou a paz, pois não há normas que regulem seus comportamentos)