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A Globalização no Brasil perpassa por uma série de fatores históricos e geográficos. Pode-se dizer que desde que os europeus chegaram ao que hoje é chamado de território brasileiro, o Brasil está inserido no processo de Globalização. Entretanto, o consenso é que somente a partir da década de 1990 que a Globalização passou a ter um maior impacto na economia brasileira.
A maior influência da Globalização no Brasil demarcou também a adoção de um modelo econômico que visava à mínima intervenção do Estado na economia, chamado de Neoliberalismo. Com isso, intensificou-se o processo de privatizações das empresas estatais e a intensa abertura para o capital externo.
O Brasil também deixou de ser denominado como país de terceiro mundo, uma vez que essa divisão deixou de ser adotada. Passou-se a dividir o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos). O que não mudou foi a dependência econômica e a condição de subdesenvolvimento em que o país se encontrava.
Com a abertura de capitais, houve maior inserção das indústrias e companhias multinacionais no Brasil. Elas aqui se instalaram para ampliar o seu mercado consumidor e, também, para buscar mão de obra barata e maior acesso às matérias-primas. Isso acarretou uma maior produção de emprego, porém com condições de trabalho mais precarizadas.
Além disso, observou-se também a instalação de indústrias denominadas “maquiladoras”, uma vez que todo o processo produtivo se fazia em outros países e apenas a montagem dos produtos era feita nacionalmente. O intuito das empresas era driblar os impostos alfandegários e diminuir os custos de produção, uma vez que a mão de obra em países subdesenvolvidos como o Brasil costuma ser mais barata que nos países desenvolvidos.
Em linhas gerais, o que se pôde observar com a Globalização do Brasil foi a construção de uma contradição: de um lado, o aumento de emprego e a produção e venda de maior número de aparelhos tecnológicos, já do outro, o aumento da precarização do trabalho e da concentração de renda, sobretudo nos anos 1990 e início dos anos 2000.
RESUMO: O atual processo de mundialização do capital suscitou diversas correntes de opinião quanto à definição precisa deste fenômeno: constitui uma corrente ideológica ou um projeto econômico? Ë possível desenvolver projetos autônomos de desenvolvimento econômico, ou seja, desvinculados do mercado globalizado. No Brasil, as políticas econômicas e sociais do projeto neoliberal, passaram a ser implementadas com o governo de Fernando Collor de Mello e, posteriormente, intensificadas por Fernando Henrique Cardoso. Desde o início da década de 90, a condução da política brasileira esteve claramente em convergência com o ideário neoliberal. A intensificação da circulação financeira, a desobstrução ao mercado internacional, uma marcante desvalorização cambial, intensivo processo de privatização e medidas voltadas à estabilização monetária (tendo expressão no Plano Real), são políticas voltadas à inserção econômica do país no contexto da nova ordem. Tendo em vista a fundamentação da afirmação acima, buscou-se a análise de alguns aspectos da política governamental desenvolvida durante a década de 1990, onde foram analisados documentos do Governo Federal intitulados “Mensagem ao Congresso Nacional 1997” e “Nova Política Industrial, Desenvolvimento e Competitividade”, onde estão salientadas as principais medidas adotadas pelo governo com relação ao panorama econômico (inflação, nível de renda e emprego e política monetária, creditícia, cambial e fiscal), investimentos para o desenvolvimento (Programa Brasil em ação), desenvolvimento social (trabalho e educação) e uma nova política industrial visando desenvolvimento e competitividade.
PALAVRAS-CHAVE: Globalização – neoliberalismo – política econômica brasileira.
ABSTRACT: The current process of the capital globalization keyed up diverse opinion chains on the need of a precise definition of this phenomenon: Does it constitute an ideological chain or an economic project? It is possible to develop independent projects of economic development, or either, unconnected from the globalize market. In Brazil, the economic and social policies of the neo-liberal project were first implemented by the government of Fernando Collor de Mello and later intensified by Fernando Enrique Cardoso. Since the beginning of the 90’s, the conduction of the Brazilian politics was
clearly in convergence against the neo-liberal ideas. The strengthening of the financial flow, the exclusion of impediment to the international market, acute exchange rate depreciation, an intensive process of privatization and measures directed to the monetary stabilization (highlighted by the Real Currency Plan) are politics that aim economic insertion of the country in the context of the new order. In view of grounding the statements above, the analysis of some aspects of the governmental politics developed during the 90’s was carried out, in which documents entitled “Message to the National Congress 1997” and “New Industrial, Development and Competitiveness Politics” from the Federal Government had been analyzed. The main measures adopted by the government are pointed out in relation to the economic panorama (inflation, income and job status, monetary politics, credit, currency exchange rate and fiscal politics), investments for the development (Program Brazil in action), social development (work and education) and a new industrial politics aiming at development and competitiveness.