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Quais áreas do conhecimento se preocupavam com o desenvolvimento humano?
Respostas
Resposta:
O interesse pelo estudo da adolescência vem aumentando, sobretudo por seu impacto no desenvolvimento do indivíduo, da família e da sociedade. Tratar a adolescência simplesmente como um período de grandes mudanças não condiz com as atuais perspectivas teóricas da ciência do desenvolvimento. Portanto, este artigo visa contribuir para uma compreensão mais atualizada deste período do curso de vida, caracterizado por intensa exploração e múltiplas oportunidades, que variam em função dos diferentes contextos sociais e culturais. Ênfase é dada à importância de se adotar um paradigma sistêmico para a compreensão da adolescência, priorizando as inter-relações dos recursos individuais e contextuais que promovem as trajetórias de desenvolvimento positivo.
As primeiras tentativas de descrever a adolescência datam do início do século XV, embora esta fase tenha sido reconhecida como crucial ao desenvolvimento humano somente nos anos de 1890 (Ariès, 1978/1986). Porém, foi particularmente no século XX que a adolescência se tornou um tema de crescente interesse na história da psicologia. Naquele século, marcado por grandes avanços teóricos nas ciências em geral, advindos da adoção de modelos sistêmicos para a compreensão de fenômenos do desenvolvimento, este período passou a ser visto como um conjunto de fatores inter-relacionados, de ordem individual, histórica e cultural.
Ao adotar uma visão relacional e contextual, as pesquisas na área do desenvolvimento do adolescente começaram a estabelecer relações específicas entre os aspectos do indivíduo e de seus contextos de desenvolvimento, e a identificar desafios, potencialidades e possibilidades de desenvolvimento das reais competências do adolescente (Lerner & Steinberg, 2004). A ênfase maior na adolescência, enquanto período decisivo do curso de vida, passou a ser, então, deslocada para os fatores de mudança e plasticidade, bem como para a diversidade social e cultural, que podem ser mais pronunciados neste período.
Recentemente, sobretudo nas três últimas décadas, as rápidas mudanças no mundo, nas sociedades ocidentais e nas famílias vêm gerando novas preocupações e questionamentos entre estudiosos e leigos. Por exemplo, como compreender as influências mútuas entre os fatores individuais e as forças contextuais no curso do desenvolvimento individual e vice-versa (Brown, 2005)? Como promover relações entre o indivíduo e seu contexto que sejam mutuamente benéficas à saúde do jovem, de sua família e de sua nação (Lerner & Overton, 2008)?
Estudiosos da área se preocupam com as diversas possibilidades de trocas dinâmicas entre o adolescente e seus diferentes contextos, de modo que ele possa seguir caminhos marcados por oportunidades de saúde e desenvolvimento positivo (Lerner & Overton, 2008). Os estudos atuais buscam apresentar dados que sirvam de base para programas dirigidos aos adolescentes, já que é nesta fase que um grande potencial pode ser desenvolvido, preparando-os para enfrentar melhor os desafios e atuar no mundo adulto (Larson, Wilson & Mortimer, 2002; Roth & Brooks-Guhn, 2003; Smetana, Campione-Barr & Metzer, 2006).
Reconhecendo a adolescência como um período do curso de vida essencial ao desenvolvimento do indivíduo, este artigo apresenta o percurso do estudo científico da adolescência, com base em duas fases sobrepostas da história das teorias do desenvolvimento humano, propostas por Lerner e Steinberg (2004; 2009) e reiteradas por Goosens (2006). Na primeira seção, serão apresentadas as fases históricas que caracterizaram o estudo científico da adolescência no século XX. Considerando a importância das teorias do desenvolvimento elaboradas até os anos 70 para a compreensão e concepções atuais da adolescência, foco deste artigo, breve menção será feita às contribuições das diversas teorias clássicas. Em seguida, será apresentada uma visão mais integradora e contextualista do desenvolvimento, destacando a abordagem do curso de vida e o modelo bioecológico do desenvolvimento humano. A segunda seção trata dos avanços nos estudos empíricos da adolescência, no século XXI, apontando as tendências da ciência e a emergência de uma nova fase caracterizada pela aplicação das teorias e por uma visão de adolescência saudável.
Ao buscar compreender a adolescência com base nas explicações teóricas que orientam suas concepções ao longo do tempo, espera-se contribuir para uma discussão atualizada, que não se restrinja às fronteiras e características do adolescente, mas que considere as inter-relações dos recursos individuais e contextuais que promovem as trajetórias de desenvolvimento positivo.
Explicação: espero ter ajudado