• Matéria: Português
  • Autor: brunofelipe2801
  • Perguntado 5 anos atrás


O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

— porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira


GULLAR, Ferreira. In: BOSI, Alfredo (Org.). Melhores poemas de Ferreira Gullar. 6. ed. São Paulo: Global, 2000. p. 56-57.

03. Segundo o eu lírico, “não há vagas” no poema para
a) os discursos de protestos políticos.
b) os seres que não pertencem à realidade.
c) as pessoas que criticam a realidade.
d) “o homem sem estômago e amulher de nuvens”.
e) os fatos da vida social: a miséria, a carestia, a vida sofrida das pessoas humildes.

Respostas

respondido por: rosanexavier72
2

Resposta:

c oj1abuqbzubquah1ibal

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