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Na formação do Império Romano, a constante expansão dos territórios e a exploração da mão de obra dos escravos configuraram as bases de uma rica economia. Contudo, a partir do século III, esse sistema passou a mostrar seus primeiros sinais de colapso no momento em que as autoridades não conseguiam ampliar a quantidade de trabalhadores disponíveis. A crise do escravismo abriu caminho para transformações que reviraram a realidade econômica romana.
Tradicionalmente, os escravos obtidos nas guerras promovidas contra os povos estrangeiros eram enviados para as grandes propriedades responsáveis pela produção de alimentos. Consequentemente, os produtores agrícolas e comerciantes se enriqueciam pela articulação de uma economia que abraçava as diversas regiões próximas ao Mar Mediterrâneo. A administração imperial, por sua vez, ampliava seu poderio com a arrecadação de impostos oriundos de seus imensos territórios.
Com a falta de novos escravos, o custo de produção dos alimentos começou a se elevar vertiginosamente. Dessa maneira, a economia afetou profundamente a capacidade do governo romano em ampliar seus territórios mediante a falta de recursos financeiros. Além disso, devemos considerar que a disseminação do ideário cristão foi de grande importância para que a libertação dos escravos se tornasse uma prática comum entre aqueles que eram convertidos a essa nova religião.
Tentando reverter o colapso da economia romana, muitos proprietários de terra decidiram implementar o sistema de colonato. Nesse regime, os grandes proprietários cediam parte de suas terras para pessoas pobres dos campos e das cidades. Em alguns casos, escravos também eram convertidos à condição de colonos, pois seus donos não tinham condições de sustentá-los. Em troca do lote de terras e da proteção do proprietário, os colonos deveriam ceder parte de sua produção agrícola.
Esse visível processo de ruralização da economia romana provocou o esvaziamento dos centros urbanos e a retração das atividades comerciais. Os grandes muros e fossos das villas passavam a brigar estes indivíduos que fugiam das incertezas da vida urbana e do irreversível esfacelamento da economia romana. O império ruía com o paulatino desaparecimento das práticas que um dia foram sinônimo de toda a riqueza que havia construído o esplendor de Roma.
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