como funciona a política do nordeste no começo dos anos 1900,e quem eram os coronéis e quem foi lampião ?
Respostas
Virgulino Ferreira da Silva, que se tornou conhecido como Lampião, nasceu num sítio do vilarejo de Vila Bela (atual Serra Talhada), em Pernambuco, na região Nordeste do Brasil, no dia 4 de junho de 1900. Aos 12 anos, era considerado o melhor vaqueiro do lugar e o líder da meninada.
Rapaz alegre, Virgulino animava os bailes tocando sanfona. Essa era a parte boa da vida, mas seu cotidiano era diferente. No sertão em que vivia, de longas secas e grande desigualdade social, o poder estava nas mãos dos fazendeiros, os “coronéis”, que brigavam pelo comando da região. Para defender suas terras e seus interesses, eles criaram verdadeiros exércitos particulares. Os integrantes dessas milícias particulares eram chamados de jagunços. Com isso, surgiram também os cangaceiros, que percorriam o interior do Nordeste atacando as fazendas e praticando sua própria versão da justiça, a exemplo dos “coronéis”.
Foi esse o caminho que o jovem Virgulino seguiu, tornando-se cangaceiro. Aos 17 anos, foi preso; para livrá-lo da prisão, seus irmãos mataram o filho do delegado, o que deu início a uma guerra entre as duas famílias. Quando o pai de Virgulino foi assassinado e a mãe morreu, o ódio dos filhos aumentou. Virgulino entrou para o bando do chefe de cangaceiros Sinhô Pereira com os irmãos mais velhos. Logo assumiu o comando do grupo, que vivia de assaltos e da taxa de proteção que cobrava aos fazendeiros, além de se proteger fazendo pactos com chefes políticos. Foi então que ganhou o apelido de Lampião: diziam que sua espingarda atirava tanto que iluminava como um lampião.
Os cangaceiros agiam por vingança ou sob encomenda. Quando estavam sem dinheiro, entravam numa cidade para pedir comida, abrigo e dinheiro. Se a população negasse, maltratavam as mulheres e matavam os homens. Lampião parecia invencível. Maria Dea de Oliveira, a Maria Bonita, que se casou com ele, aprendeu a atirar e lutava como um soldado.
Durante dezoito anos, liderando dezenas de bandoleiros, Lampião envolveu-se em perto de duzentos combates com a polícia, que resultaram em cerca de mil mortes. Morreu numa emboscada em Angicos, no interior de Sergipe, em 28 de julho de 1938. A seu lado caíram Maria Bonita e outros companheiros do cangaço. Suas cabeças foram levadas como troféu para Salvador e exibidas em praça pública. Lampião tornou-se um mito. Para muitos, era um herói do povo sofredor que atacava os fazendeiros ricos; para outros, não passava de um bandido cruel e sanguinário.
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