(...) Resta enfim a inatividade sagrada: a vida terrestre do homem é uma prova que, em
caso de sucesso, conduz à felicidade eterna, o culto de Deus e dos santos é, portanto,
uma atividade espiritual mais importante que o trabalho material. Este é imposto ao
homem como resgate do pecado e como meio de santificação, mas não tem por fim
senão a subsistência do homem. Nem o trabalho nem o produto do trabalho são um fim
em si. O calendário litúrgico impunha, pois, aos fiéis a cessação de toda atividade
laboriosa por ocasião de um grande número de festas, a fim de que eles se
consagrassem inteiramente ao culto. Assim, em razão do número de festas e de vigílias,
a duração média do trabalho semanal não parece ter sido superior a quatro dias! No
século XV suprimiu-se um bom número de festas com folga, mas no século XVI
contavam-se ainda, anualmente, além dos domingos, uma sessenta delas. É evidente
que a mentalidade medieval ignorava a obsessão pelo trabalho e pela produtividade,
que seria rigorosa na época mercantilista (...). Guy Antonetti - "A economia medieval"
Segundo o trecho acima, sobre a Idade Média, é correto afirmar que:
na época mercantilista, a supressão de um bom número de feriados religiosos foi
a causa de ter nascido nos homens a obsessão pelo trabalho e pela
produtividade, bem própria da mentalidade capitalista então nascente,
o excessivo número de festas religiosas imposto pela Igreja reduzia
drasticamente os dias úteis de trabalho, provocando periodos de escassez de
alimentos e, em consequência, uma maior preocupação dos homens com a vida
eterna.
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Um traço próprio da mentalidade medieval, quando comparada à de uma época posterior, é a ausência da obsessão pelo trabalho material e sua produtividade, em função do forte sentimento de religiosidade.
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