O que foi a chamada Cisma do Oriente de 1054 e por que essa cisma ocorreu?
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Cisma é divisão ou ruptura e o “ Cisma do Oriente ” foi o rompimento que ocorreu em 1054 d.C., entre as Igrejas Católicas do Oriente e a do Ocidente. Essa estrutura era típica do império que se subdividira em dois, em 286, e ainda quando se decretou que a capital imperial seria Roma, as duas sedes continuaram existindo.
As duas Igrejas tinham sedes nesses lugares diferentes do Império: a sede (ou sé) da igreja ocidental em Roma e a da oriental em Constantinopla, mas eram uma só igreja cristã. O plano religioso de ambas acarretou aos poucos o distanciamento doutrinário entre elas. O Papa era a autoridade máxima da igreja, no continente europeu, e havia duas outras autoridades, chamadas de Patriarcas, uma sede ficava em Alexandria (Egito) e outra em Constantinopla (Turquia). Quando Alexandria foi anexada pelo Egito ao Império Muçulmano, deixou de ser importante, restando somente Constantinopla, cidade que antes se chamava Bizâncio e que depois veio a ser chamada Istambul.
Ocorreram desavenças, desigualdades políticas e culturais entre as igrejas de Roma e de Constantinopla. Entre 456 e 867 discordaram quanto à inclusão feita no Credo Apostólico (filioque), por questões litúrgicas e disciplinares, havendo um distanciamento constante entre as duas vertentes católicas e disputas pelo poder econômico-político nas regiões mediterrâneas. Os ocidentais acusaram os orientais de heresias, criticando os monofisistas por acreditarem que Jesus tinha existência unicamente divina (negando sua humanidade) e negarem a doutrina da Trindade (século 5). Também condenaram os iconoclastas que se opunham à adoração às imagens e as destruíam.
A igreja oriental assimilou características religiosas asiáticas (espiritualistas) que a ajudaram a manter o Império Bizantino, distanciando-se de Roma, e carregou a tradição e o ritual grego. A ocidental sofreu a influência de povos germânicos. A crise de autoridade aumentou e a Igreja de Constantinopla deixou de aceitar a autoridade de Roma, em 867. Os Papas apresentaram exigências que pioraram suas diferenças, principalmente quando Leão IX polemizou, entre 1048 e 1054, e os ocidentais se opuseram ao sistema bizantino, segundo o qual a igreja oriental se submetia ao chefe secular – sistema chamado cesaropapismo: o Imperador era superior e eleito de Deus para governar a Igreja também, administrar seus conflitos e manter a unidade do Império e da Igreja.
Em 1043, o Patriarca Miguel Cerulário assumiu a Igreja Bizantina (Oriente) e desenvolveu campanhas contra a Igreja Latina (Ocidente), que mandou o Cardeal Humberto até Constantinopla para solucionar a questão teológica que as diferenciava. O Cardeal resolveu excomungar o Patriarca do Oriente e toda a Igreja oriental reagiu e excomungou o Papa Leão IX, do Ocidente. Esta ruptura ou dissensão ficou chamada como o Cisma do Oriente, ou o Grande Cisma, que originou a Igreja Ortodoxa ou Igreja Católica do Oriente, separando-se da igreja Católica do Ocidente, a romana.
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