1. Quantas crianças de hoje, quando os pais lhes perguntam se querem brincar (em casa, na rua) ou ir até um shopping center, optam pela segunda alternativa? A julgar pelo número elevado de crianças em shoppings, principalmente nos fins de semana, inúmeras delas preferem circular por um lugar inteiramente pautado pelos valores da sociedade de consumo (todo fechado, com iluminação artificial) a se entregar a outro modo, menos previsível e mais inventivo, de gastar (investir?) o tempo. Sem contar aquelas cujos pais nem mesmo cogitaram a primeira opção...
2. Quem associa lazer e tempo livre ao verbo consumir talvez reveja algumas de suas crenças e posturas ao ver o documentário brasileiro Tarja Branca: a revolução que faltava, que faz uma defesa eloquente da brincadeira – lúdica, descompromissada, criativa – não apenas na infância, mas também na vida adulta. Dezenas de entrevistados (entre eles os músicos Antônio Nóbrega e Wandi Doratiotto, e os escritores Bráulio Tavares, colunista de Carta Fundamental, e Marcelino Freire) lembram em seus depoimentos ao filme, o que a vida cotidiana perde ao se esquecer do que todos sabiam muito bem quando éramos crianças.
3. Uma das perguntas-chave do documentário: saberão disso também as crianças de hoje, boa parte delas vivendo em centros urbanos voltados para o trabalho e o consumo? Dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes (a mesma de Criança, a Alma do Negócio e Muito Além do Peso), Tarja Branca, cujo título refere-se a uma divertida “medicina psicolúdica”, proposta em um dos depoimentos – sugere, ao apresentar visões diversas sobre o tema, que a educação contemporânea se apropriou da brincadeira, sobretudo na escola, como um “conteúdo programático”. Tirou-lhe, portanto, o que havia de mais essencial, o improviso e a falta de regras, para cercá-la de planejamento e cuidados.
4. Como resultado dessa política, teríamos uma geração de crianças, especialmente das classes média e alta, que não foi devidamente apresentada ao universo brincante, ou à “linguagem do espontâneo, da alma”, como resume um dos entrevistados. Pais e professores tendem a extrair do filme reflexões sobre como se comportam em relação ao tema com seus filhos e alunos, mas a provocação de Rhoden pode despertar interesse também entre o público que não se encaixa em nenhum desses papéis, ao fazer um diagnóstico da sociedade de consumo, intolerante, em sua lógica perversa, com a cultura do ócio ou com o “ficar sem fazer nada”.
1 - Um aspecto importante da atividade de brincar considerado pelo autor é: *
0 pontos
ocorrer em um parque
obedecer a um programa
prezar pela espontaneidade
manter papéis de pai e professor
2- De acordo com o autor, o documentário mencionado pode contribuir para: *
0 pontos
desfazer associação entre consumo e lazer
reforçar crenças pedagógicas contemporâneas
desautorizar a visão dos artistas sobre o tema
culpar os professores pela indisciplina fora da escola
3- Na visão do autor, o filme “Tarja Branca” apresenta reflexões principalmente para: *
0 pontos
recriadores de festas infantis
pais e professores
pesquisadores interessados em regular as brincadeiras
músicos saudosos de sua própria infância
4- Na primeira frase do texto, o comentário entre parênteses sugere a seguinte crítica: *
0 pontos
os pais não levam em consideração a opinião de seus filhos
as crianças pouco estudiosas não sabem responder a perguntas fáceis
os shoppings não são locais adequados para as crianças brincarem
as meninas se interessam mais facilmente por roupas e sapatos
5- Uma crítica à educação contemporânea feita pelo autor pode ser sintetizada pela seguinte frase: *
0 pontos
Pedagogos são coniventes com a violência entre alunos.
A escola planeja excessivamente o ato de brincar.
As famílias prejudicam a imposição natural de regras
A medicalização das crianças é uma prática recorrente
6- No trecho “gastar (investir?) o tempo”, a dúvida introduzida pelos parênteses indica: *
0 pontos
emprego de estilo literário
citação de um texto científico
introdução de sinônimos perfeitos
explicitação de ponto de vista alternativo do autor
7- O trecho “cujos pais nem mesmo cogitaram a primeira opção” mantém seu sentido global em: *
0 pontos
cujos pais nem mesmo consideraram a primeira opção
cujos pais nem mesmo rejeitaram a primeira opção
cujos pais nem mesmo ignoraram a primeira opção
cujos pais nem mesmo denunciaram a primeira opção
8- Em “todos sabíamos muito bem” (2º parágrafo), o emprego do tempo e do modo no verbo pressupõe a seguinte ideia: *
0 pontos
talvez não saibamos mais
com certeza continuamos sabendo
saberemos sempre
seguramente não sabemos mais
9- No trecho “reveja algumas de suas crenças e posturas ao ver o documentário” (2º parágrafo), o elemento “ao” expressa ideia de: *
0 pontos
lugar
comparação
tempo
oposição
camilatopfer:
prfv me ajudem
Respostas
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Resposta: 1- prezar pela espontaneidade
2-desfazer associação entre consumo e lazer
3- pais e professores
4- os shoppings não são locais adequados para as crianças brincarem
5- A escola planeja excessivamente o ato de brincar.
6-citação de um texto científico
7-cujos pais nem mesmo consideraram a primeira opção
8-talvez não saibamos mais
9-tempo
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