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As treze etnias que vivem atualmente no Estado de Minas Gerais são pertencentes ao tronco lingüístico Macro-Jê e contam aproximadamente com quinze mil indivíduos aldeados. Há uma grande população de indígenas que vivem nos centros urbanos. Estima-se que na região metropolitana de Belo Horizonte tenha de dois mil a três mil indígenas. O número de etnias também não é estático, sendo que o processo de etnogênese e as migrações são dinâmicos.
O povo indígena conhecido hoje como Krenak, habitante das margens do Rio Doce, município de Resplendor, na região Leste de Minas Gerais, formou-se ao longo de um processo histórico marcado pelo caráter violento da expansão econômica sobre aquela região, originalmente de densa mata atlântica, onde diversos grupos de ‘Botocudos’ – resistindo à colonização em outras zonas já ‘conquistadas’ pelos brancos – se abrigaram até meados do Século XX.
Os Botocudos – nome com o qual os portugueses pejorativamente os designavam, em referência aos adornos usados nas orelhas e nos lábios – ou Borum – termo que significa ‘gente’, em língua indígena, e que segundo o qual os Krenak designam hoje a si e aos demais índios, em oposição aos Kraí, os não-índios – eram falantes de uma mesma língua, apesar das significativas variações dialetais que serviam para demarcar diferenças entre os diversos grupos nos quais se compunham.
O grupo liderado por Krenak foi o último a negociar com as autoridades governamentais seu processo de ‘pacificação’ e ‘civilização’, ocorrido logo no início dos trabalhos do recém-inaugurado Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais, em 1911.
Hoje os Krenak sofrem com a situação de seu território tradicional que além de ser diminuto, onde não comporta a população de uma forma saudável, ainda tem as pressões e violações dos empreendimentos e da sociedade externa que destruíram o Watu, com a construção da UHE de Aimorés e o acidente / crime do rompimento da barragem das empresas Samarco/Vale/BHP BIllinton. A comunidade ainda sofre com a demora da demarcação do território tradicional que envolve o Parque Estadual dos Sete Salões.
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