Texto I
A um poeta
1 Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
5 Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
10
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Texto II
Evocação do Recife
(fragmento)
1
5
10
15
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois -
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
----------------------------------------------------------------------------------
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
20
25
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
01. A comparação entre os dois poemas acentua diferenças formais e temáticas que marcam
momentos distintos da literatura brasileira: o Parnasianismo e o Modernismo. Tomando por base os
textos selecionados, argumente sobre a afirmação acima, justificando sua resposta com fragmentos
dos textos. Lembre-se de que um discurso literário que surge, normalmente, contesta o movimento
anterior.
Leia com atenção:
“O objetivo da arte pela arte é o Belo, a criação da beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos;
nesse sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do vocabulário”.
02. Argumente sobre o que está posto acima, tomando como referência o texto “A um poeta”, Olavo
Bilac.
Respostas
Resposta:
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
5 Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
10
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Texto II
Evocação do Recife
(fragmento)
1
5
10
15
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois -
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
----------------------------------------------------------------------------------
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
20
25
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
01. A comparação entre os dois poemas acentua diferenças formais e temáticas que marcam
momentos distintos da literatura brasileira: o Parnasianismo e o Modernismo. Tomando por base os
textos selecionados, argumente sobre a afirmação acima, justificando sua resposta com fragmentos
dos textos. Lembre-se de que um discurso literário que surge, normalmente, contesta o movimento
anterior.
Leia com atenção:
“O objetivo da arte pela arte é o Belo, a criação da beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos;
nesse sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do vocabulário”.
02. Argumente sobre o que está posto acima, tomando como referência o texto “A um poeta”, Olavo
Bilac.
Explicação:
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
5 Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
10
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Texto II
Evocação do Recife
(fragmento)
1
5
10
15
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois -
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
----------------------------------------------------------------------------------
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
20
25
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
01. A comparação entre os dois poemas acentua diferenças formais e temáticas que marcam
momentos distintos da literatura brasileira: o Parnasianismo e o Modernismo. Tomando por base os
textos selecionados, argumente sobre a afirmação acima, justificando sua resposta com fragmentos
dos textos. Lembre-se de que um discurso literário que surge, normalmente, contesta o movimento
anterior.
Leia com atenção:
“O objetivo da arte pela arte é o Belo, a criação da beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos;
nesse sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do vocabulário”.
02. Argumente sobre o que está posto acima, tomando como referência o texto “A um poeta”, Olavo
Bilac.
Resposta:
da uma resposta melhor ai pra nós