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A redução na atividade econômica e o isolamento social provocados pela pandemia de Covid-19 ocasionaram alguns impactos ao meio ambiente. Porém, nada a ser comemorado, já que os impactos positivos que podem ser observados servem para mostrar como é preciso algo em escala gigantesca para promover pequenas melhorias, tornando quase impossível pensar em perspectivas melhores para o futuro. Veja alguns dos efeitos que estão sendo sentidos no meio-ambiente durante essa “pausa” no mundo.
Qualidade do ar
As emissões de carbono diminuíram entre 5.5% e 5.7% durante a pandemia. Com isso, já é notada uma melhor qualidade do ar, principalmente nas grandes cidades. A expectativa é que a redução anual no mundo seja de 2.5 bilhões de toneladas de CO2, representando uma queda de 5% em relação a 2019. Boa parte dessa redução se deve a diminuição da atividade industrial, mas o consumo de combustíveis fósseis também reduziu drasticamente: a diminuição da procura por gasolina chegou a 35% e, por diesel, a cerca de 25%.
Porém, a ONU afirmou no fim do ano passado que, para evitar desastres ambientais, seria necessária uma redução anual de 7.6% nos níveis de emissão pelos próximos 10 anos. Ou seja, mesmo que o mundo todo tenha interrompido suas principais atividades, a redução ainda não é a ideal. O panorama futuro é ainda mais desanimador, considerando que as empresas tentarão acelerar a recuperação econômica a qualquer custo, inclusive em detrimento do meio ambiente.
Aumento na geração de resíduos
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) informou em um documento que, por conta da quarentena, a geração de resíduos domiciliares pode aumentar entre 15% e 25%. Além disso, também preocupa o grande aumento na quantidade de lixo hospitalar, que pode ser 20 vezes maior durante a pandemia. Isso representa um grande perigo, principalmente em locais onde o gerenciamento de resíduos é precário.
Desmatamento em terras indígenas
Se com o mundo em estado de normalidade, o descaso do governo brasileiro em relação ao desmatamento em terras indígenas já era grande, enfrentando uma pandemia ele tomou escalas maiores. Além disso, o trabalho de fiscalização é prejudicado e a pressão pela proteção das florestas diminui. Tudo isso trouxe efeitos devastadores: aumento de 59% no desmatamento durante a pandemia, de acordo com dados do sistema Deter, do Inpe. Mais do que nunca, cabe ressaltar que diversos estudos já comprovaram a relação direta entre o desmatamento e o surgimento de doenças contagiosas, como a própria Covid-19.
Menor consumo de energia elétrica
É evidente a redução no consumo de energia elétrica, ocasionada principalmente pela queda na atividade industrial. A menor demanda por geração de energia hidrelétrica permitiu que os reservatórios recuperassem parte do nível de armazenamento, sendo mais um efeito positivo.
Consumo consciente
Quando a pandemia passar, infelizmente, já são esperados afrouxamentos das políticas ambientais em concessões para agilizar a retomada econômica. Porém, os efeitos do coronavírus no consumo individual podem ser mais significativos e duradouros. Uma experiência traumática como essa carrega consigo esse poder de mudança. De acordo com dados fornecidos pelo site ReviewBox, no Brasil, já é possível observar um grande aumento no número de buscas na internet sobre maneiras mais conscientes de consumo. Resta esperar e acompanhar.
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