• Matéria: Português
  • Autor: sophiafigueira68
  • Perguntado 5 anos atrás

Texto I:

FURTO DE FLOR

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim, nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.
– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. Rio de Janeiro, José Olympio, 1985. p. 80.


Considerando os fatos narrados no conto, é possível dizer que o narrador sente-se:



A) irritado com a morte da flor.
B) culpado pela morte da flor.
C) surpreso com a morte da flor.
D) feliz por se livrar da flor.

Respostas

respondido por: LaraArrozBolinho
0

Resposta:

B) culpado pela morte da flor

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