• Matéria: Português
  • Autor: ravenamaria856
  • Perguntado 5 anos atrás

Leia o conto a seguir para responder as questões 07 e 08.

Teresa Lopes (A Abóbora Menina)
Para a Inês, que também um dia voará.
Brotara do solo fecundo de um quintal enorme, de uma semente que mestre Crisolindo comprara na venda. Despontava por entre uns pés de couve e mais algumas abóboras, umas suas irmãs, outras suas parentes mais afastadas.
Tratada com o devido esmero, adubada à maneira, depressa cresceu e se tornou em bela moçoila, roliça e corada. Os dias corriam serenos. Enquanto o sol brilhava, tudo era calma naquele quintal. Sombra dos pés de couve, rega a horas devidas, nada parecia faltar para que todos fossem felizes. As suas conversas eram banais: falavam do tempo, de mestre Crisolindo e nunca, mas nunca, do futuro que os aguardava. Mas Abóbora Menina, em vez de se dar por satisfeita com a vida que lhe havia sido reservada, vivia entristecida e os seus dias e as suas noites eram passados a suspirar.

Desde muito cedo que a sua atenção se virara para as borboletas de cores mil que bailavam sobre o quintal. E sempre que alguma pousava perto de si, a conversa não era outra se não esta:
– Dizei-me, menina borboleta, como fazeis para voar?
– Ora, menina abóbora, que quereis que vos diga? Primeiro fui ovo quase invisível, depois fui crisálida e depois, olhe, depois alguém me pôs estas asas e assim voei.

– Como eu queria ser como vós e poder sair daqui, ver outros quintais.
– Que me conste, vós fostes semente e vosso berço jaz debaixo desta terra negra e quente. Nunca por aí andámos, minhas irmãs e eu.
A borboleta levantava voo e Abóbora Menina suspirava. E suspirava. E de nada serviam os consolos de suas irmãs, nem o consolo dos pés de couve, nem o consolo dos pés de alface que cresciam ali perto e que todas as conversas ouviam. Certo dia passou por aqueles lados uma borboleta mais viajada e foi pousar mesmo em cima da abóbora. De novo a mesma conversa, os mesmos suspiros. Tanta pena causou a abóbora à borboleta, que esta acabou por lhe confessar:
– Já que tamanho é vosso desejo de voar e dado que asas nunca podereis vir a ter, só vos resta uma solução: deixai-vos levar pelo vento sul, que não tarda nada aí estará.

– Mas como? Não vedes que sou roliça? Não vedes que tenho engordado desde que deixei de ser semente?
E a borboleta explicou à Abóbora Menina o que ela devia fazer. A única solução seria cortar com o forte laço que a ligava àquela terra-mãe e deixar-se levar pelo vento. Ele não tardaria, pois umas nuvens suas conhecidas assim lhe haviam garantido. Mas adiantou a borboleta que daria uma palavrinha ao tal vento, por sinal seu amigo e aconselhou todos os outros habitantes do quintal a segurarem-se bem quando ele chegasse. Ninguém gostou da ideia à exceção da nossa menina.
– Vamos perder-te! – lamentavam-se as irmãs.

– Nunca mais te veremos. – sussurravam os pés de alface.
– Acabarás por mirrar se te desprendes do solo que te deu sustento.

Mas a abóbora nada mais queria ouvir. E logo nessa noite, quando todos dormiam, Abóbora Menina tanto se rebolou no chão, tantos esticões deu ao cordão que lhe dera vida, que acabou por se soltar e assim permaneceu, liberta, aguardando o vento sul com todos os sonhos que uma abóbora ainda menina pode ter na sua cabeça.
Não esperou muito, a Abóbora Menina. Dois dias passados, logo pela manhãzinha, o vento chegou. E com tal força, que a todos surpreendeu. Mestre Crisolindo pegou na enxada e resguardou-se em casa. As flores e as hortaliças, já prevenidas, agarraram-se ainda mais à terra. Só a abóbora se alegrou e, peito rosado aberto à tempestade, aguardou paciente a sorte que a esperava. Quando um remoinho de vento pegou nela e a ergueu nos ares, qual balão liberto das mãos de um menino, não sentiu nem medo, nem pena de partir.
– Adeus, minhas irmãs!… Adeus, meus companheiros!…
– Até… um… dia!…
E voou direitinha ao céu sem fim!… Para onde seguiu? Ninguém sabe. Onde foi parar? Ninguém imagina. Mas todos sabem, naquele quintal, que dali partiu, numa bela tarde de vento, a abóbora menina mais feliz que algum dia poderá haver.


07. Qual era o objetivo da abóbora menina? *
A) Casar-se com o menino abóbora.
B) Conhecer outros lugares.
C) Tornar-se cantora pop.
D) Todas as alternativas estão corretas.
E) Todas as alternativas estão erradas.


08. A abóbora menina trata-se de um conto, esse gênero caracteriza-se por ser uma narrativa: *
A) Curta.
B) Média.
C) Longa.
D) Semilonga.
E) Semicurta.

para agoraaaaaaa urgente dou melhor resposta

Respostas

respondido por: mariaeduarda103269
3

Resposta:

7E)

8 D)

Explicação:

ESPERO TE AJUDADO

Perguntas similares