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As relações entre cultura e política ganharam novos contornos no Brasil a partir da década de 1990. A explosão cultural da periferia - tendo à frente o rap - expressou-se numa lógica dualista que dividia a sociedade em brancos e negros, centro e periferia, "manos" e "playboys". Essa visão dualista, por sua vez, reflete uma forma de pensar prisioneira do imediato - no caso, a recusa abstrata do "sistema". O mesmo procedimento pode ser visto na classe média que foi às ruas nas jornadas de junho, em 2013. Conduzida pela lógica do espetáculo e manipulada pela mídia, as jornadas também expressaram, na outra ponta da sociedade, uma estetização da política que reproduzia, a seu modo, a permanência no visível, no imediato.
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