Respostas
No Brasil, eu estava acostumado a encarar leis e normas como algo opcional. Quase ninguém para na faixa, respeita fila ou horário de silêncio. Todo mundo se enxerga como um caso à parte: fura fila porque está com pressa, estaciona na vaga de deficiente porque já vai estar de volta e põe música alta porque, afinal, é festa de aniversário. Consequentemente, sempre tem alguém burlando alguma lei e passando os outros para trás.
Nos Estados Unidos, sinto que há um respeito maior pelas leis. O respeito é tão grande que eu, acostumado com a realidade brasileira, (ainda) fico pasmo quando carros param na placa “Pare” e quando uma multidão se organiza e se enfileira em uma fração de segundo. Isso pode ser até estranho ou incômodo de vez em quando, mas torna a minha vida muito mais fácil em 99% das ocasiões.
Alimentação
Eu morava no Rio Grande do Sul, estado conhecido por produzir ótimos cortes de carne, frutas e sobremesas. Minhas refeições eram bem balanceadas e quase sempre de alimentos frescos, feitos na hora e plantados a poucas horas de distância. Até mesmo as refeições menos saudáveis, como um cachorro quente ou churros do centro da cidade, levavam ingredientes naturais e eram preparadas na minha frente.
Isso mudou 110% quando vim para os Estados Unidos: a maioria das refeições têm ingredientes que viajaram de outros continentes (estão quase sem gosto) e tem pouco preparo. Aparentemente, as pessoas não ligam para isso e, quando têm oportunidade, fazem ainda mais comida pré-preparada, como o “clássico” Mac and Cheese (macarrão com “quejo” pré-pronto que daria calafrios nos meus antepassados italianos) e tomam litros de refrigerante por dia. Eu, pessoalmente, sinto muita saudade da comida brasileira.
O contato interpessoal
No Brasil, praticamente todo momento é uma oportunidade para conhecer alguém novo e dar risada. Aqui, a situação é bem diferente.
No Brasil, qualquer situação é motivo para bater papo. Pode ser a fila do metrô na segunda-feira ou o caixa demorado no supermercado – sempre há alguém para conversar sobre assuntos que vão de meteorologia a futebol. A pessoa já pode chegar dando tapa nas costas, dividindo pacote de salgadinho e ainda se despedir com beijo na bochecha. Consequentemente, praticamente todo momento é uma oportunidade para conhecer alguém novo e dar risada.
Aqui, a situação é bem diferente. As pessoas prezam muito pelo seu espaço e individualidade. Na fila do supermercado, nem ouse olhar para a pessoa na sua frente, ou será tido como “weird” – ou estranho. Os comuns abraços e beijinhos brasileiros são inexistentes aqui, mesmo entre amigos. Dependendo do ambiente, é necessário um conjunto pré-estabelecido de perguntas para iniciar uma conversa: de onde você é, o que estuda e qual sua class? Se, por um lado, a formalidade americana pode ser útil para evitar pessoas inconvenientes, por outro, eu sinto falta do “calor” brasileiro.
Resposta:
• Gorjeta:
Ao contrário do Brasil, em que a gorjeta é vista como algo opcional, nos Estados Unidos espera-se que ela seja paga de acordo com a satisfação pelo serviço prestado. É uma forma de gratificar e motivar quem prestou o serviço.
• Afetividade:
Os brasileiros são conhecidos por ser um povo muito caloroso e afetivo, que faz amizade facilmente com desconhecidos, pois conservam na essência o costume de puxar conversa facilmente. Nos Estados Unidos, entretanto, é bem diferente, pois os norte-americanos prezam pelo seu espaço e individualidade, por isso são mais fechados. Nem mesmo as despedidas com abraços e beijos no rosto são comuns
• Pagamento de salário:
No Brasil, é comum que o trabalhador receba um salário fixo mensal. Já nos Estados Unidos, a remuneração é paga de acordo com as horas trabalhadas cuja periodicidade é negociada com o empregador.