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1.1. Ciência e filosofia
Desde a sua origem, o homem sempre cuidou de obter conhecimento sobre os
objetos que o cercam. Esse conhecimento primitivo é motivado por algo externo à
atividade cognitiva propriamente dita: a necessidade de controle dos fenômenos
naturais, com vistas à própria sobrevivência biológica. A Grécia Antiga testemunhou,
no entanto, o surgimento de uma perspectiva cognitiva nova: a busca do conhecimento
pelo próprio conhecimento, por mera curiosidade intelectual. Aqueles que cultivavam
essa busca do saber pelo saber foram chamados filósofos, “os que amam ou buscam a
sabedoria”.
Naquela época e, em certa medida, por muitos séculos da era cristã, a filosofia
englobava todos os ramos do conhecimento puro (em contraste com o que chamavam
“artes” ou “técnicas”). Uma primeira tendência à especialização levou gradualmente à
separação de uma grande área de investigação, que se ocupava dos fenômenos
naturais, ou seja, aqueles que não dizem respeito ao homem, enquanto ser intelectual,
moral, político, etc. Essa área, a que se chamou filosofia natural, experimentou grande
impulso a partir do século XVII, quando passou a ser cultivada sob um novo enfoque
metodológico. Foi justamente dessa nova filosofia natural que surgiu a ciência, como
hoje a entendemos.
Hoje em dia costuma-se considerar pertencentes ao tronco principal da filosofia
as disciplinas da estética, lógica, ética, epistemologia e metafísica, sendo que as duas
primeiras mostram tendência à autonomização. De forma muitíssimo simplificada,
pode-se dizer que a estética examina abstratamente a beleza e a feiúra; a lógica
investiga o encadeamento formal das proposições; a ética estuda questões relativas ao
bem e ao mal, aos direitos e deveres; a epistemologia ocupa-se do conhecimento, suas
origens, fundamentos e limites, enquanto que a metafísica procura especular sobre a
natureza última das coisas. Fora esses ramos fundamentais, há ainda diversos outros
que resultam de suas interconexões e especializações, como a filosofia política, a
filosofia da linguagem, a filosofia da ciência, a teologia, etc.