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Decidi ir ao restaurante sírio Al Jamhren por diversos motivos. O principal: ao pesquisar sobre o menu, vi que a especialidade da casa era charutinhos de folha de uva recheados de arroz e carne de cordeiro – uma verdadeira paixão minha, desde pequeno, quando minha avó – já falecida – os fazia por horas e horas a fio.
Apesar de os preços não serem os dos mais convidativos, antes mesmo de cruzar a porta do restaurante, já sabia que valeria cada centavo: o cheiro de pimenta síria, hortelã, canela e cravo simplesmente me transportaram para quando eu tinha nove anos de idade.
Conseguir uma mesa, porém, foi uma missão herculana! Seu Salim, dono do restaurante, havia virado uma celebridade do Bom Retiro, bairro onde abrira seu humilde comércio.
Apesar da simplicidade das mesas e dos atendentes, ao me sentar (depois de quase uma hora de espera!), fui tratado como um rei. Seu Salim veio com seu sorriso bondoso me entregar o cardápio, e me indicou os famosos charutinhos. Mal sabia ele que já havia feito minha escolha há uma semana!
Os charutinhos chegaram em pratos de cerâmica, e a nuvem de aromas que exalava deles não só abriu meu apetite, como também minha memória para tempos passados. Delicadamente, quase como em um ritual, os cortei ao meio. Cortei as folhas de uva gentilmente enroladas, e pude notar aquele recheio tão familiar a mim e à minha história.
Espetei uma porção, levei a boca e, por alguns momentos, hesitei se, de fato, os queria mastigar. Acabar rapidamente com aquele prato seria também abandonar meus tempos felizes junto à jida – vovó, em árabe.
Saboreei cada garfada, sentindo cada especiaria ali contida. “Seu Salim?”, chamei. “Habib”, ele respondeu. “Preciso confessar ao senhor que esse foi o melhor charutinho que já comi – e olha que minha família é síria!”. Ele sorriu satisfeito, e disse que o segredo era uma mistura de temperos de sua família. A receita? Ah! Seu Salim não diria nem se eu oferecesse mil e uma noites de trabalho a ele!
Pedi um café turco (com cardamomo) e um baklava – um pastel de massa filo, recheado de tâmaras e nozes, embebecido de mel de laranjeira. Que sabor! O amargo do café, o aroma do cardamomo e o doce crocante eram, simplesmente, uma festa às papilas da minha boca.
Terminei minha refeição feliz. Muito feliz. Paguei com gratidão o dinheiro àquela família que, através de suas habilidosas mãos, fizeram uma hora de meu dia muito feliz. Me fizeram estar próximo da minha história, de minha jida, da minha herança e das memórias felizes que, quem diria!, estavam latentes no arcabouço do meu córtex.
“Habib!”, me chamou Seu Salim. Ao me virar, ele, com suas mãos calejadas do comércio e trabalho duros de cozinha, me deu um Manjar Turco, um cubo gelatinoso de bala de goma, envolvido em açúcar de confeiteiro. “Volte sempre, habib! Você é bem-vindo em nossa casa!”.
Agradeci pela gentileza com carinho e respeito. Ao voltar para casa (com o manjar turco no céu da boca), tive a certeza que, se aquela comida não era servida do outro lado, eu tinha sérias dúvidas se gostaria de estar lá depois que dissesse Adeus!
Luiz Aburad
Fonte:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4849756/mod_resource/content/1/2019_Roteiro%20Ensaio%20e%20Resenha.pdf
Questão 01) Após a leitura do texto e com base nos conhecimentos adquiridos, pode-se afirmar que esse texto se trata de um(a): *
Ensaio porque é um texto opinativo em que se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais, realizando uma avaliação sobre determinado tema.
Diário porque é um texto pessoal em que relatam experiências, ideias, opiniões, desejos, sentimentos, acontecimentos e fatos do cotidiano.
Crônica porque é o tipo de texto que aborda acontecimentos do dia a dia em uma narração curta e situa-se entre o jornalismo e a literatura.
Conto porque é uma narrativa que cria um universo de seres, de fantasia ou acontecimentos, apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e um enredo.
Editorial porque apresenta e defende a opinião de um jornal ou revista em relação aos variados assuntos do cotidiano.
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Ensaio porque é um texto opinativo em que se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais, realizando uma avaliação sobre determinado tema.
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