• Matéria: Português
  • Autor: camili116
  • Perguntado 5 anos atrás

Flor, telefone, moça
Carlos Drummond de Andrade “Não, não é conto. Sou apenas um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai passando. Naquele dia escutei, certamente porque era a amiga quem falava, e é doce ouvir os amigos, ainda quando não
falem, porque amigo tem o dom de se fazer compreender até sem sinais. Até sem olhos.
Falava-se de cemitérios? De telefones? Não me lembro. De qualquer modo, a amiga — bom, agora me recordo que a conversa era sobre flores — ficou subitamente grave, sua voz murchou um pouquinho.
— Sei de um caso de flor que é tão triste! E sorrindo:
— Mas você não vai acreditar, juro.
Quem sabe? Tudo depende da pessoa que conta, como do jeito de contar. Há dias em que não depende nem disso: estamos possuídos de universal credulidade. E daí, argumento máximo, a amiga asseverou que a his- tória era verdadeira.
— Era uma moça que morava na rua General Polidoro, começou ela. Perto do cemitério São João Batista. Você sabe, quem mora por ali, queira ou não queira, tem de tomar conhecimento da morte. Toda hora está passando enterro, e a gente acaba por se interessar. Não é tão empolgante como navios ou casamentos, ou carruagem de rei, mas sempre merece ser olhado. A moça, naturalmente, gostava mais de ver passar enterro do que de não ver nada. E se fosse ficar triste diante de tanto corpo desfilando, havia de estar bem arranjada.
FONTE:. Acesso em: 02 out. 2020.
O início deste conto é marcado pela presença da metalinguística. 01. Por que o trecho lido é metalinguístico?
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02. Com quem o autor do texto está conversando? Justifique com uma parte do texto.
03. Agora, para completar, leia a tirinha seguinte e faça o que se pede.
FONTE: . Acesso em: 02 out. 2020. Explique por que a tirinha anterior é um texto metalinguístico.

Respostas

respondido por: em640241
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Resposta:

1- Pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições. ... Assim, há presença da função metalinguística, onde ele utiliza de um código para falar do próprio código.

2- O autor do texto está conversando com uma amiga.

"Naquele dia escutei, certamente porque era a amiga quem falava, e é doce ouvir os amigos, ainda quando não falam, porque o amigo tem o dom de se fazer compreender até sem sinais. Até sem olhos."

 

3- Metalinguagem é a propriedade que a língua tem de voltar-se para si mesma, falar dela mesma. A tirinha anterior é um texto metalinguístico, pois fala sobre si mesma.

Explicação:

Eu fiz assim!

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