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RELIGIÃO
Perspectivas e teorias usadas no estudo da parábola.
PARÁBOLA
Introdução
Quase todos os livros sobre interpretação bíblica reservam um capítulo especial ao estudo da parábola. E não poderia ser diferente. O assunto é complexo, e por isso desde o século passado tem gerado muitas teorias. Reconhecidamente algumas dessas teorias trouxeram informações importantes para o estudo e para a exegese das parábolas do Novo Testamento. Há muitos bons artigos sobre o tema para consulta. Contudo não é da natureza deste trabalho repercutir todas as teorias escritas sobre parábola. O que se pretende aqui é tão somente apresentar de modo introdutório algumas perspectivas interessantes usadas no estudo da parábola.
Jesus e as parábolas
Os Evangelhos identificam a Jesus como alguém que tinha por predileção ensinar através de parábolas.[2] Ele gostava de educar por meio da contação de histórias.[3] Cerca de um terço dos seus ensinamentos foram entregues dessa forma.[4] Boa parte da matéria prima dessas histórias vinha do horizonte sócio-cultural dos primeiros ouvintes.[5] Imagens do dia a dia coloriram pequenas narrativas que eram contadas com o objetivo de levar o ouvinte à compreensão de verdades específicas.[6] As parábolas foram pronunciadas em uma situação concreta da vida.[7] Ao contar essas histórias Jesus queria deixar claro o que a vida realmente é.[8] Ensinar através de parábolas se tornou o método didático-pedagógico peculiar do Salvador. Isso porque era “simples, interessante, e permitia que o público acompanhasse a narrativa facilmente.”[9] As parábolas contadas por Jesus de modo algum podem ser classificadas como fábulas ou lendas, mas também não podem ser tomadas como histórias reais, ainda que apresentam um forte colorido extraído da paisagem concreta dos ouvintes.[10] Pois como Andreas J. Kostenberger e Richard D. Patterson observaram: “Provavelmente nunca houve, por exemplo, nenhum estalajadeiro ou mesmo um “bom samaritano histórico”.[11]
O ensino por meio de parábolas não era algo inédito entre os judeus.[12] Mas Joachim Jeremias afirmou que “em toda literatura rabínica não eram encontramos nem uma só parábola anterior ao tempo de Jesus.”[13]Contudo, aos poucos graças a algumas pesquisas independentes puderam ser estabelecidas as raízes judaicas e os paralelos rabínicos às parábolas de Jesus. Desde então, não tem sido mais contestado que as parábolas de Jesus devem pelo menos de modo puramente formal, ser incluídas no escopo do estilo judaico de narrativa. Dessa maneira, textos do Antigo Testamento como Isaías 5.1-7; 2 Samuel 12. 1-15; Juízes 9.7-15; 2 Reis 14.6 são consideradas predecessores das parábolas do Novo Testamento. Assim o termo hebraico מָשָׁל teria o sentido aproximado do termo grego usado na Septuaginta para “parábola”, a saber, “παραβολή”.[14]
Definição de Parábola
Como já informamos acima, o termo grego para “parábola” é “parabole” (substantivo), a forma verbal é “paraballo”. A palavra é a junção de um verbo com uma preposição: "Ballo" (verbo) - "jogar ou lançar"; e "Para" (preposição): "ao lado de." Em linhas gerais uma parábola é uma história contada com efeito de comparação, cujo objetivo é apresentar uma verdade singular.[15] Assim, a compreensão das parábolas pressupõe ouvintes que estão dispostos a seguir as ideias do falante e que são capazes de entender o ponto de semelhança entre a imagem e a coisa em si.[16]Ou em outras palavras, perceber na história contada o seu significado espiritual.[17]