Respostas
Resposta:
Entendemos que a ciência não é uma forma desconexa e desarticulada de conhecimentos, é um paradigma sob o qual se vê o mundo; representa a concretização do movimento das idéias na produção do conhecimento onde, cada área traduz para si, o modo como homem se relaciona com seu ambiente. No último século, o desenvolvimento científico ganhou tal visibilidade que a UNESCO reconhece a capacidade de produzir conhecimento como um dos aspectos para distinguir a riqueza e a pobreza de um povo. O conhecimento científico tornou-se relevante em toda a sociedade. No entanto, em benefício do desenvolvimento acelerado, nos deparamos com a apropriação comercial e mercadológica do conhecimento e a potencialização de investimentos nas tecnologias que se tornam mais sofisticadas interferindo no sistema social e cultural mais directamente do que as ciências. Vive-se um momento de transição mundial que aponta para a reconstrução da sociedade pautada no paradigma da cidadania legitimando a equidade, a justiça, a igualdade, a autonomia. Emerge então, no mundo do conhecimento, a necessidade de interlocução das diversas áreas, reconhecendo no homem o ser social e histórico, por quem e para quem se desenvolvem o mundo e a ciência. Este processo, assente no ato reflexivo e crítico das posturas assumidas no exercício profissional e na construção do conhecimento, contribuirá para a construção de uma nova ordem social. Nesta perspectiva, a Universidade como um todo, está desafiada a mudar a lógica da construção e socialização do conhecimento. É seu dever expandir no homem a capacidade “aprender a aprender”, de governar e controlar o Estado e o mercado. Assim, com o reconhecimento da centralidade do homem e a da vida humana, as Ciências Sociais e Humanas ganham destaque e consolidam sua importância no cenário científico. Desta forma, para a construção de uma sociedade cidadã é preciso ampliar e re - alinhar o “focus” das Ciências Humanas e Sociais, garantindo o legítimo e necessário espaço de articulação entre todas as ciências, oportunizando a formação de profissionais comprometidos com a coletividade, com uma nova ordem social que globalize, para além do bem econômico, também o acesso a serviços, que se desloque a centralidade do capital para a centralidade ética da vida humana.