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Raras vezes — se é que houve alguma — na história da humanidade se falou tanto em vacina e se depositou tantas expectativas no desenvolvimento de uma delas.
Mas a história das pesquisas nessa área mostra que é preciso cautela. O mais comum é levar anos ou até décadas para criar um imunizante - ou mesmo nunca se conseguir.
Entre as dificuldades para desenvolver uma nova vacina estão vírus e bactérias que evoluem muito rapidamente, ou seja, sofrem mutações frequentes, até de uma geração para outra. Então, um imunizante que serve para uma delas não vai servir para a próxima; os micro-organismos ficam sempre na frente na corrida com os cientistas. Existem também aqueles mais complexos, como os protozoários, que podem ter várias fases de seu ciclo de vida dentro do hospedeiro, no caso o ser humano.
Há ainda os desafios econômicos e comerciais, relacionados principalmente às chamadas doenças negligenciadas. "Há dois obstáculos para desenvolver uma vacina, o cientifico, imposto pela biologia da doença ou patógenos, do qual não temos controle mas que pode ser vencido; e o outro, que é vergonhoso, a falta de investimento", diz Walter Beys da Silva, da Faculdade de Farmácia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "Muitas doenças são negligenciadas, por inúmeras razões."
Muito disso tem a ver com o fato de que o desenvolvimento de um imunizante é processo demorado e caro. O pesquisador Luiz Carlos Dias, professor titular do Instituto de Química, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que as candidatas a vacinas devem passar inicialmente pela fase pré-clínica em modelos de animais, como ratos, camundongos e macacos, para testar segurança e se produzem alguma resposta imunológica de defesa.
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