• Matéria: História
  • Autor: mirianewander
  • Perguntado 5 anos atrás

Prefácio de O Abolicionismo

Já existe, felizmente, em nosso país, uma consciência nacional - em formação, é certo -
que vai introduzindo o elemento da dignidade humana em nossa legislação, e para a qual a
escravidão, apesar de hereditária, é uma verdadeira mancha de Caim que o Brasil traz na
fronte. Essa consciência, que está temperando a nossa alma, e há de por fim humanizá-la,
resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de
senhores, e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos. Não tenho, portanto,
medo de que o presente volume não encontre o acolhimento que eu espero por parte de
um número bastante considerável de compatriotas meus, a saber: os que sentem a dor do
escravo como se fora própria e, ainda mais, como parte de uma dor maior - a do Brasil,
ultrajado e humilhado; os que têm a altivez de pensar - e a coragem de aceitar as
conseqüências desse pensamento - que a pátria, como a mãe, quando não existe para os
filhos mais infelizes, não existe para os mais dignos; aqueles para quem a escravidão,
degradação sistemática da natureza humana por interesses mercenários e egoístas, se não
é infamante para o homem educado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o ente
desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, os que conhecem as influências sobre o
nosso país daquela instituição no passado, e, no presente, o seu custo ruinoso, e prevêem
os feitos de sua continuação indefinida. Possa ser bem aceita por eles esta lembrança de
um correligionário ausente, mandada do exterior, donde se ama mals a pátria do que no
próprio país - pela contingência de não tornar a vê-la, pelo trabalho constante da
imaginação, e pela saudade que Garret nunca teria pintado ao vivo se não tivesse sentido a
nostalgia - e onde o patriotismo, por isso mesmo que o Brasil é visto como um todo no
qual homens e partidos, amigos e adversários se confundem na superfície alumlada pelo
sol dos trópicos, parece mais largo, generoso e tolerante. Quanto a mim, julgar-me el mais
to que recompensado, se as sementes de liberdade, direlto e Justiça, que estas páginas
ntêm, derem uma boa colheita no solo ainda virgem da nova geração; e se este livro
forrer, unindo em uma só legião os abolicionistas brasileiros, para apressar, ainda que
uma hora, o dia em vejamos a independência completada pela abolição, e o Brasil elevado à dignidade de país livre,como o foi em 1822 à de nação soberana,perante a América e o Mundo.



Qual a tese defendida pelo autor no texto?Justifique.​

Respostas

respondido por: manuellymoreira5
0

Resposta:

Que texto ou música

Explicação:

Não gosto dessa palavra JUSTIFIQUE

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