Para entender a modernidade, deve-se considerá-la não somente como um fato filosófico, mas como um evento cultural e global. As ideias modernas não consistem somente no surgimento de idéias novas, mas de uma práxis. [...] Descartes é o fundador da filosofia moderna. Isso porque Descartes procurou sintonizar o pensamento filosófico com a nova ciência.
TEIXEIRA E., Modernidade e pós-modernidade: luzes e sombras. Cadernos IHU Ideias. Ano 4 – Nº 50 – 2006
Entre outras razões, o pensamento filosófico de René Descartes (1596 -1650) é considerado um dos símbolos inauguradores da Modernidade, porque:
a) a dúvida metódica, ponto de partida do método de Descartes, rompe com o princípio da racionalidade universal e autônoma.
b) a epistemologia cartesiana separa sujeito (res cogitans) e objeto (res extensa), dando lugar central à subjetividade no processo do conhecimento.
c) a filosofia cartesiana retoma os conteúdos do saber da tradição, dando-lhes novo significado a partir da ideia de homem interior, resgatada de Agostinho.
d) o saber moderno é legitimado em um relevante traço, que é a crença em um único Deus, ao afirmar que a ideia de Deus é inata e análoga à ideia de perfeição.
e) a ideia de que o pensamento é a prova da existência humana (“cogito ergo sum”) é defendida, afirmando a prioridade da interação e da coletividade, próprias da sociedade moderna.
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Respostas
A alternativa correta é a letra B.
Descartes afirma uma racionalidade universal e autônoma, livre das superstições da tradição, pois busca construir um saber completamente novo, sem as interferências de antigos enganos. Para isso, tenta encontrar, na própria humanidade, saberes que sejam claros e evidentes.
É característica essencial do espírito moderno a afirmação da humanidade como centro não só da cultura, da política e da vida, mas também do processo de construção do saber.
Descartes simboliza esse novo tempo, pois rompe com a tradição filosófica ao afirmar que:
1- a partir da dúvida, a consciência pode atestar apenas a existência do próprio pensamento e de nada mais; e
2- a consciência é uma coisa que pensa e está separada do objeto que conhece.
Portanto, para Descartes, a subjetividade tem lugar central. Seu pensamento abre espaço, dentro do campo filosófico, para a afirmação da individualidade, outro relevante traço do espírito moderno.
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Resposta: Letra b) a epistemologia cartesiana separa sujeito (res cogitans) e objeto (res extensa), dando lugar central à subjetividade no processo do conhecimento.